Automóveis Titulo Comparativo
Degrau acima
Vagner Aquino
Do Diário do Grande ABC
04/01/2012 | 07:00
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Marina Brandão/DGABC


Quem foi que disse que para ter um carro espaçoso e escapar da chatice da troca de marchas no anda e para das grandes metrópoles é necessário gastar mais de R$ 60 mil num sedã médio?

É isso aí. Chegando de mansinho, os sedãs pequenos estão caindo cada vez mais no gosto do brasileiro.

De acordo com especialistas, quem compra o primeiro sedã compacto, geralmente veio de um segmento inferior (no caso, os hatches) e busca mais conforto e espaço, principalmente no porta-malas.

Mas o fato é que no mercado de veículos, o ditado ‘Quanto mais se tem, mais se quer' se encaixa perfeitamente. E, de olho nisso, a Renault é a mais recente montadora a embarcar na tendência do famoso ‘descanso para o pé esquerdo' e tratou de lançar o Logan com câmbio automático de quatro marchas - novidade que motivou este comparativo.

Aqui, quem dá as boas-vindas é o Volkswagen Voyage I-Motion (há cerca de dois anos no mercado).

Embora os rivais ofereçam carroceria de quatro portas, eles começam a se distanciar quando se analisa espaço e oferta de itens de série.

Enquanto o modelo da Renault vem com regulagem de altura do volante, ar-condicionado, direção hidráulica e faróis de neblina, por exemplo, o Voyage vem praticamente pelado. A não ser itens fundamentais, como faróis, rodas e motor, o Volkswagen não oferece um só mimo sequer. Além de tudo, o exemplar da montadora francesa tem dimensões mais generosas. São 4,29 metros de comprimento e 2,63 metros de entre-eixos, contra 4,23 metros e 2,47 metros, respectivamente, do modelo veterano. Tais números resultam também numa desleal comparação entre porta-malas: são 510 litros no Logan, enquanto o confrontado leva 480 litros.

Verdade seja dita, o acabamento do Voyage é mais requintado. Os detalhes que imitam cromados e a textura do plástico do painel são mais agradáveis do que o conjunto do Renault, que, além de tudo, herdou a mesma alavanca do Sandero - um tanto quanto exagerada em altura e simplicidade.

Embaixo do capô, ambos apostam na configuração 1.6 flexível. O Logan tem mais potência - são 112 cv contra 104 cv do Voyage, ambos bebendo etanol. Por ser mais leve, o Volkswagen é mais esperto no trânsito urbano, mérito do maior torque, disponível em rotação inferior, de 15,6 mkgf a 2.500 rpm - 15,5 mkgf a 3.750 rpm no concorrente.

A velocidade máxima também é maior no Logan, assim como o consumo: enquanto o Voyage fez 9,7 km/l, o Logan não passou dos 6,8 km/l em uso urbano, segundo os computadores de bordo.

O Voyage é mais barato, custa R$ 39.160 ante os R$ 41.950 cobrados pela Renault. Em contrapartida, se a compra é motivada pela transmissão, vale ressaltar que o desempenho do câmbio automático de quatro velocidades do Logan (mesmo não sendo um primor) acaba agradando mais que o automatizado de cinco relações do VW.

 

VEREDICTO

 

Por oferecer mais itens de série, espaço generoso e melhor trabalho da transmissão, o Renault Logan derrota o Voyage neste comparativo; mesmo assim, o modelo da Volkswagen agrada com desempenho mais satisfatório e preço menor.




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