Economia Titulo Financiamento
Agência de fomento de
SP libera R$ 12 milhões

Montante representa total de empréstimos feitos por pequenos
e médios empresários do Grande ABC desde outubro de 2009

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
27/12/2010 | 07:27
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Desde outubro de 2009 pequenos e médios empresários atuantes no Estado de São Paulo dispõem de fonte adicional de crédito. A Agência de Fomento Paulista, da Nossa Caixa Desenvolvimento - que opera com recursos do governo estadual -, emprestou até agora R$ 12,3 milhões, em 49 operações, para empresas do Grande ABC.

Em todas os contratos, o setor beneficiado com as linhas de financiamento foi a indústria. Empresários de comércio e serviços não registraram tomada de empréstimos.

O montante representa apenas 5,3% do total financiado a empresários em todo o Estado no mesmo período: R$ 230 milhões. "É um valor pequeno considerando o potencial da região", diz o presidente da Nossa Caixa Desenvolvimento Milton Luiz de Melo Santos. "Como a agência foi criada no ano passado, o desconhecimento é muito grande. Dependemos da parceria com entidades de classe para ampliar a divulgação da fonte de recursos, já que não operamos por meio de bancos comerciais. Em 2011, certamente teremos números mais significativos."

Na região, a responsável por oferecer o crédito é a Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC. Apesar disso, os empresários podem buscar entidades como Fiesp (Federação da Indústria do Estado de São Paulo), Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) ou Apas (Associação Paulista de Supermercados).

Outra possível explicação para a baixa adesão na região, segundo Santos, é o valor mínimo exigido de faturamento: a partir de R$ 240 mil até R$ 100 milhões anuais. Se o empresário tiver receita inferior, caso das microempresas - bastante presentes no Grande ABC - , tem de buscar recursos com o Banco do Povo Paulista.

Além disso, empresários com dívidas em bancos, títulos protestados, CNPJ sujo e tributos em atraso não conseguem tomar o crédito. São contempladas apenas empresas que tenham até 30% de risco.

A agência não consegue quantificar o número de empresários que usufruiu de seus recursos, tendo apenas o número de operações. "A maior saída de crédito vai para capital de giro, como o desconto de duplicatas que, muitas vezes, dura de três a quatro meses. Ao término do prazo, o empresário pode entrar com novo pedido de financiamento", explica Santos.

Questionado sobre uma meta de empréstimos para o Grande ABC, o presidente da Nossa Caixa Desenvolvimento avisa que não existe, pois tudo depende da demanda. "Temos capital para emprestar. Basta sermos procurados", diz.

Existe cerca de R$ 1 bilhão para ser emprestado - que pode ser alavancado e chegar a R$ 9 bilhões - para 36,6 mil empresas de pequeno e médio portes no Estado, sendo 5.000 somente na região.

Um dos atrativos do banco são as taxas menores que as tradicionais o mercado financeiro. "Temos menos da metade dos juros cobrados nos bancos comerciais, que oferecem entre 30% e 42% de juros ao ano, enquanto oferecemos empréstimos a média de 12% ao ano", afirma.




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