O Fluminense está a poucas horas de alegrar seu torcedor após 26 anos de jejum sem conquista do título do Brasileirão. Alheio à polêmica às vésperas do confronto de hoje com o Guarani no Engenhão, às 17h, o time precisa apenas empatar, desde que Corinthians e Cruzeiro não vençam seus jogos.

Nos últimos dias, torcedores que passaram noites na fila para adquirir ingressos denunciaram que policiais militares estariam agindo como cambistas e vendendo bilhetes por valores bem acima dos cobrados nas bilheterias. O promotor de Justiça do Ministério Público Rodrigo Terra promete apurar.

Embora o já rebaixado Guarani não represente nenhuma ameaça, o técnico Muricy Ramalho quer o time ligado. "A situação não permite tranquilidade. Tem de estar preparado e decidir, porque não consquistamos nada ainda."

O clima é de expectativa e tensão. Afinal, um tropeço pode frustrar uma torcida que abraçou o time desde o ano passado, durante a fuga histórica do rebaixamento para a Segunda Divisão.

"O que eles fizeram no fim de 2009 foi incrível. é algo quase impossível de se repetir. O time que consegue isso é capaz de tudo", declarou o técnico Muricy Ramalho, que pode conquistar o quarto título brasileiro em cinco temporadas.

Ao longo do Brasileiro, o Fluminense atuou várias vezes desfalcado dos principais jogadores e não se descolou dos primeiros colocados. Passou 22 das 37 rodadas na liderança. A equipe tem a melhor defesa - sofreu apenas 36 gols -, um dos ataques mais eficiente e o terceiro melhor aproveitamento jogando em casa. Só fica atrás de Corinthians e Atlético-PR.

Embora o Guarani não tenha mais pretensões no Brasileiro e conte com vários desfalques, ninguém nas Laranjeiras acredita em jogo fácil.

O discurso é de respeito à equipe de Campinas. "Vai ser pedreira", destacou Muricy, convicto de o Guarani vai ganhar motivação financeira, a famosa mala branca, para complicar a vida tricolor. Sem Deco, machucado, o lateral-esquerdo Júlio César deve ser improvisado no meio de campo.