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Estudantes com deficiência auditiva aprendem informática

Projeto em Mauá disponibiliza tradutor de Libras para auxiliar no ensino.

Por Drielly Gaspar
Do Diário do Grande ABC
11/11/2013 | 07:00
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André Henriques


A Apasma (Associação de Pais e Amigos dos Surdos de Mauá) está com vagas abertas para o curso de informática do projeto Qualificar para Incluir. Com o patrocínio da Petrobras, as aulas são ministradas para surdos e ouvintes ao mesmo tempo. As aulas são voltadas para grupos de 15 alunos, sendo a maioria surda, e acompanhadas por uma psicóloga e um intérprete, que traduz a língua de ouvintes para Libras (Língua Brasileira de Sinais). “A turma é bem diversificada. Temos alunos com deficiência visual, de fala, auditiva, física e alguns com múltiplas deficiências. A aula é muito flexível para que eu consiga atender a todos”, explica a instrutora de informática Elisandra Petrov.

Durante um ano os alunos aprendem conceitos básicos de computação, visto que muitos integrantes do grupo não têm computador em casa. “Tudo começa com a aprendizagem de digitação, onde uso um programa específico. Depois, ensino a mexer no Word e também a fazer buscas na internet. A aula é baseada em textos impressos que eles precisam reproduzir no computador. Os alunos copiam o texto e colocam fotos, desenhos e o que o original tiver”, explica Elisandra.

Além dos conhecimentos de informática, durante o curso os alunos recebem orientações sobre os perigos do mundo virtual. “Antes de começarem a navegar na internet, explicamos que, assim como tudo na vida, também existe o lado bom, o ruim e que eles precisam tomar cuidado”, destaca a psicóloga do projeto Regiane Barelli. O curso para o ano que vem tem 30 vagas abertas. Para participar basta comparecer à sede, na Rua Santo André, 255, no Jardim Haydée, em Mauá, portando cópia de RG, CPF e comprovante de endereço. As aulas são gratuitas e têm início em 16 de janeiro.

A presidente da Associação, Daisy Della Santa Pereira, destaca que o trabalho realizado conta com a dedicação de toda a equipe de instrutoras. “A inclusão feita atualmente nas escolas não é a mais indicada porque as pessoas não entendem que eles têm um pouco mais de dificuldade e que aprendem as coisas de uma maneira diferente. Uma de nossas lutas hoje é para que a cidade tenha uma escola bilíngue, ou seja, onde Libras também seja ensinada”, afirma Daisy.

O intérprete do projeto, Cleber Bordini, explica que, em escolas com didática especial, a Língua Portuguesa é a língua secundária. “Essas instituições são voltadas para surdos e, por isso, eles aprendem primeiro Libras e depois o Português. Essa é a maneira mais indicada para que aprendam com mais facilidade a língua dos ouvintes. Por isso, aqui na Apasma temos também o curso de libras e, nas aulas de informática, existe a tradução da língua falada por ouvintes”, diz.




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