Economia Titulo Carga tributária
Tributos sobre
artigos juninos
chegam a 61%

Quentão e fogos de artifício são os itens com maior índice de imposto no preço, seguidos do vinho

Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
02/06/2013 | 07:00
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Denis Maciel/08.06.2012/DGABC


Junho chegou, e com este mês as típicas festas juninas. Mesmo não percebendo, o brasileiro deve preparar a carteira. Como se não bastasse arcar com tributos diretos (como o IPTU e o IPVA), o consumidor não fica livre da mordida do Leão na hora de comprar os produtos nas quermesses. Esses itens chegam a ter carga tributária de até 61,56%, como é o caso dos fogos de artifício e do quentão – tradicional bebida desta época. O levantamento foi realizado pelo IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário). Em seguida estão itens como vinho (54,73%) e o refrigerante em lata (46,47%).

A tributação, em muitos casos, tem relação com a necessidade da população, ou seja, quanto mais supérfluo é considerado o bem, maior o imposto incidente. “Esse é o princípio da Constituição. A alíquota de um produto será sempre equivalente à sua necessidade. É o caso das bebidas alcoólicas, por exemplo”, explica o presidente do IBPT, João Eloi Olenike. No caso das bebidas, o processo de industrialização também soma impostos: PIS, Cofins, ICMS, IPI e ISS são alguns deles. “Já no caso dos fogos de artifício a tributação é alta justamente para inibir o seu uso, já que oferece perigos”, aponta Olenike. “Saber que se paga tantos impostos, até mesmo em produtos que não fazemos ideia, é uma forma de acabar com a ilusão das pessoas que acreditam que se deixam de ter carro, por exemplo, estão isentos da mordida do Leão. Os impostos estão em tudo”, completa o presidente do IBPT.

Até mesmo o milho cozido e o pinhão, considerados mais baratos, já que são in natura, também não escapam da tributação, com cargas de 18,75% e 24,07%, respectivamente. Por sua vez, a famosa pipoca tem imposto de 34,99% na composição de seu preço.

EXPECTATIVAS

As grandes redes supermercadistas estão bastante otimistas com a data festiva e pretendem alavancar significativamente suas vendas nesta época. A Coop (Cooperativa de Consumo), por exemplo, espera incremento médio de 10% no fornecimento de produtos de festa junina e de inverno, como leite condensado, leite de coco, derivados do milho, bolos, chocolates em barra, queijos, vinhos, além de pipoqueira, equipamentos de fondue, aquecedores e artigos de bazar e têxtil.

O Extra e o Pão de Açúcar já estão reforçando os estoques para as festas de São João. A expectativa é comercializar cerca de 50 mil paçocas e 30 mil pés de moleque no período. Entre essas apostas e outros produtos típicos das festas juninas, o grupo espera alavancar em 10% as vendas dessa categoria de itens em comparação ao mesmo período de 2012. Além dos tradicionais doces de amendoim, a pipoca não pode faltar. A meta é incrementar o volume vendido em 10% ante o mesmo período do ano passado.

O Walmart também já começou a montar as ilhas de produtos típicos. A expectativa é aumentar a comercialização em 20%. A rede destaca que itens como a pipoca de micro-ondas, o milho de pipoca e a canjica lideram a procura. Esses produtos da marca própria Bom Preço custam de 10% a 30% menos que as marcas líderes, assinala a rede.

Decoradas com bandeirinhas e barracas, as lojas do Carrefour anteciparam as negociações com seus fornecedores. A empresa aposta na promoção ‘50% na segunda unidade’. Até o dia 9, na compra dos produtos da campanha, o segundo item igual sai pela metade do preço. 




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