Símbolo da fidelidade ao Papa, o ex-bispo de Xangai se opôs a todas as tentativas dos comunistas de controlar os católicos chineses e se transformou, no decorrer dos anos, na principal figura da Igreja do ``silêncio', que permaneceu fiel ao Vaticano após o cisma de Pequim, em 1957.

Nascido em 1901, numa família católica de Xangai, Gong Pinmei iniciou muito jovem a carreira eclesiástica, depois de estudar em um colégio jesuíta desta grande metrópole da China oriental.

Consagrado bispo de Suzhou em outubro de 1949 (dias depois da chegada ao poder dos comunistas em Pequim) e, um ano mais tarde, bispo de Xangai, monsenhor Gong se distinguiu por sua valentia e fidelidade ao Papa, passando a ser perseguido pelo regime chinês.

Em 8 de setembro de 1955, o bispo foi detido junto com centenas de sacerdotes e personalidades religiosas, antes de ser condenado à prisao perpétua em 1959, por ter dirigido ``um grupo contra-revolucionário usando a religiao como pretexto'.

Em um gesto de reconciliaçao com o Vaticano, as autoridades comunistas acabaram soltando-o em 1985, por motivos de saúde, mas o mantiveram sob prisao domiciliar até sua partida para os Estados Unidos, em 1988. Desde entao, Gong Pinmei vivia no Estado de Connecticut, onde morreu na madrugada de domingo.