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Setor de restaurantes ensaia reação após trauma da pandemia

Avanço da vacinação impulsiona reaberturas e também inaugurações, como o Boaz, que tem o ex-‘Masterchef’ Estefano Zaquini como sócio

Nilton Valentim
Do Diário do Grande ABC
25/12/2021 | 10:08
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Claudinei Plaza/DGABC


A pandemia de Covid-19 impactou de formas diferentes os comerciantes Bruna Pinheiro e Estefano Zaquini. Ela intensificou as vendas de bolos e outros produtos pelo sistema delivery. Ele teve de fechar a doceria que havia inaugurado três meses antes da chegada do coronavírus ao País. Agora sócios, eles juntam as duas experiências no restaurante que inauguraram na última semana, o Boaz, em Santo André. Assim como a dupla, outros empreendedores da região apostam no avanço da vacinação e começam a reabrir seus estabelecimentos.

“Eu comecei no delivery. Foi difícil, porque na pandemia todo mundo migrou para esse sistema, mas, apesar das dificuldades, acabou sendo uma experiência bacana”, conta Bruna.

Para o ex-Masterchef Estefano, a situação foi bem mais complicada. Em julho de 2020 ele teve de encerrar as atividades da doceria Flor de Sal, que havia inaugurado meses antes, em São Bernardo. “Eu abri uma casa e depois de três meses veio a pandemia. Eu comecei a pensar em fechar quando vi alguns estudiosos financeiros dizendo que o bom empreendedor também tem de saber a hora de parar. As contas estavam vindo, o orçamento não fechava mais, tive de cortar funcionários. E nem o aluguel eu conseguia pagar mais. Doeu muito”, recorda.

Estefano faz parte de uma dura estatística. Segundo o Sehal (Sindicato das Empresas de Hospedagem e Alimentação do Grande ABC), um quarto dos 18 mil estabelecimentos da região faliu por conta da pandemia.

“É um fenômeno o que aconteceu no mundo todo e aqui não foi diferente. O Brasil e em especial o Estado de São Paulo sofreram demais com a injusta interferência do poder público nos nossos negócios, que, diga-se de passagem, somos o setor que mais emprega no País”, afirma Beto Moreira, presidente da entidade.

RECOMEÇO
O setor de bares e restaurantes vive agora um novo momento, no qual os estabelecimentos começam a ser reabertos. “Com as doses de reforço (da vacina antiCovid) sendo aplicadas, as coisas poderão voltar à quase normalidade”, afirma o presidente do Sehal.

Bruna e Estefano investiram aproximadamente R$ 130 mil na montagem do Boaz. Eles empregam dez pessoas e já fazem planos para o futuro. “Queremos investir em franquias. Ter algumas ramificações do Boaz”, revela a sócia. “Nosso intuito foi colocar todas as nossas forças e apostar nesse empreendimento. Decidimos acreditar que daqui sairão coisas boas”, completa Estefano.

PANE SECA

A parceria entre Bruna e Estefano surgiu de forma inusitada. Evangélicos, os dois frequentam a Igreja Universal do Reino de Deus e foi após um culto que o acaso aproximou-os. Acabou o combustível do carro de Bruna e do marido, Fábio. E Estefano, que estava com seu veículo estacionado do lado, a socorreu. “Uma semana depois marcamos uma reunião, fechamos e começamos a procurar um ponto”, conta Bruna. Todo o processo começou em setembro e três meses depois as portas estavam sendo abertas.

A religião foi determinante também para a escolha do nome do estabelecimento. Boaz é um personagem do Velho Testamento. Além disso, no Templo de Salomão havia duas colunas, uma se chamava Jaquin e a outra, Boaz. “Até pensamos em Jaquin, mas haveria muita semelhança com o (Érick) Jacquin (chef de cozinha e jurado do Masterchef) e não era o que queríamos”, conta Estefano. 




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