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Teatro de revista encerra Ágora nesta segunda
Por Mauro Fernando
Do Diário do Grande ABC
25/11/2001 | 18:06
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Filiada ao teatro de revista, a peça O Céu da Pátria, de Marcos Caruso e Jandira Martini – os mesmos autores das comédias Porca Miséria e Sua Excelência, o Candidato –, encerra nesta segunda o seminário Ágora Livre – Dramaturgias. O Teatro Ágora, em São Paulo, recebe a apresentação única.

Dirigida pelo próprio Caruso, a montagem brinca com a política nacional. Após perder a eleição presidencial de 1994, Lula (Jairo Mattos) vai ao Céu e pergunta a Deus (Antônio Petrin) o porquê da derrota. A peça foi escrita naquela época.

No Céu, Lula encontra – e questiona – vários pernonagens alegóricos: Ordem (Eliana Rocha), Progresso (Francarlos Reis), Constituição (Sonia Guedes), Verde Louro (Eduardo Silva). “Caruso e Jandira pegam o teatro de revista, que teve seu auge nos anos 40 e 50 e fazia uma crítica aberta e muito engraçada à política, e o colocam em um contexto muito oportuno. Mas o texto está longe de ser panfletário”, afirma Petrin.

Cenário (um céu com nuvens e estrelas) e figurinos são de Sílvia Moreira. “Há uma brincadeira com plumas e paetês. A maioria dos figurinos, que foram adaptados para os personagens, vieram da escola do (ator) Ewerton de Castro. Trabalhamos na casa do (cenógrafo e diretor) Gianni Ratto, que virou um ateliê”, diz Sílvia. O trabalho, uma colagem com figurinos de várias peças, acompanhou o espírito do espetáculo. “Quase morremos de rir”, afirma.

O Céu da Pátria entrou na programação do seminário, cuja proposta é discutir a dramaturgia brasileira contemporânea, graças à desistência de Gianfrancesco Guarnieri. O dramaturgo e ator não pôde entregar seu texto porque dedicou-se ao musical A Luta Secreta de Maria da Encarnação, que estreou há duas semanas. “É legal terminar o seminário com uma revista, um gênero abandonado”, diz Roberto Lage, organizador do evento ao lado de Celso Frateschi.




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