Há 28 anos, o marchand franco-belga Jacques Ardies dedica-se a garimpar talentos e reunir obras de sua grande paixão: a arte naif, do francês ‘ingênua’. Atualmente, mantém uma bela galeria na Vila Mariana em São Paulo, um espaço de 350 m². Hoje será aberta a tradicional coletiva de fim de ano, com exposição e venda de obras de 28 importantes artistas do gênero.

O preço das obras varia de R$ 400 a R$ 20.000, mas um simples passeio à galeria de Ardies – um casarão de 1925, com seis salas de exposição – já vale a pena. No local, é possível apreciar 120 telas.

Muitas cores e alegria, que marcam o estilo, estão nas criações. “São temas variados, que retratam cenas do cotidiano, festas folclóricas e religiosas, assim como paisagens bucólicas”, explica o marchand e curador da mostra, Jacques Ardies.

Normalmente, os pintores naifs brasileiros são autodidatas. Isso se traduz em uma variedade e riqueza de estilos, que também pode ser observada nesta coletiva de fim de ano.

Dentre os artistas convidados, estão: Airton das Neves, Antonio de Olinda, Bebeth, Constância Nery, Cristiano Sidoti, Conceição da Silva, Dila, Daniel Firmino, Edgar Calhado, Edivaldo, Ernane Cortat, Francisco Severino, Helena Coelho, Helenos, Henry Vitor, Ignacio da Nega, Isabel de Jesus, Ivonaldo, L. Cassemiro, Lucia Buccini, M .Zawadzka, Mara D. Toledo, Maria Guadalupe, Maria Luisa Vidaure, Rodolpho Tamanini Netto, Sonia Furtado, Vanice Ayres e Wilma Ramos.

Rodolpho Tamanini Netto, 56 anos, por exemplo, tem uma de suas obras reproduzidas nessa página. Ele pinta desde os 17 anos e, apesar do domínio apurado da técnica, mantém a leveza própria dos artistas naifs.

Na mostra, também há obras de um dos nomes fundamentais do gênero, o pernambucano Ivonaldo, reconhecido internacionalmente e biografado por Ardies.