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Trólebus: mais 15 meses de obras
Por Gabriel Batista
Do Diário do Grande ABC
19/05/2005 | 07:58
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A reforma do pavimento do corredor de trólebus São Mateus-Jabaquara será concluída apenas em agosto do próximo ano, 15 meses após o prazo estipulado inicialmente pela Metra, concessionária responsável pela administração do serviço, e pela EMTU (Empresa Metropolitana de Transporte Urbano). As obras deveriam ser concluídas neste mês, três anos após seu início, mas foram prorrogadas até agosto de 2006.

O motivo, segundo informações do governo do Estado, é a ampliação do serviço. Trechos que não precisavam ser reformados na época do planejamento da obra se desgastaram além do previsto e tiveram de ser incluídos na reforma. O corredor São Mateus-Jabaquara passa por quatro cidades do Grande ABC – Santo André, São Bernardo, Diadema e Mauá –, transportando 200 mil pessoas diariamente.

Essa é a primeira grande intervenção no corredor desde a sua inauguração, em 1988. Antes ocorriam apenas operações do tipo tapa-buraco, paliativas, e que não permitiam grande vida útil às áreas recuperadas. Em setembro de 2001, antes do anúncio da recuperação do pavimento, o Diário percorreu os 33 quilômetros do corredor e identificou 21 trechos com buracos, 53 com rachaduras nas placas de concreto e 25 trechos com desníveis provocados por obras de recapeamento. Hoje, porém, não há buracos significativos, embora persistam as rachaduras entre os blocos de concreto.

A reportagem tornou a fazer o trajeto completo do corredor. A pista do trólebus está mais conservada que algumas vias paralelas, como a rua Oratório, em Santo André. Mas, do ponto de vista estético, os trechos oscilam. Existem pelo menos cinco pontos de grades de proteção do corredor amassados em decorrência de acidentes de trânsito.

Oscilação – A Metra investiu em canteiros floridos para suavizar a via expressa de trólebus. Mas os jardins concentram-se nas proximidades das paradas (pontos) em Santo André e São Bernardo. Nas extremidades, de Mauá até São Mateus e do Centro de Diadema até o Jabaquara, o canteiro assume forma de capim batido e sujo, com embalagens de plásticos e bitucas de cigarro.

Há obras em cinco trechos da via de trólebus – próximo ao terminal Sônia Maria, em Mauá; nas avenidas Ramiro Colleone e Pereira Barreto, em Santo André; nas ruas Marechal Deodoro e Lucas Nogueira Garcez, em São Bernardo; e no bairro Piraporinha, em Diadema. Em três casos, os funcionários contratados pela Metra trocam todo o piso de concreto. No restante, emendam as rachaduras das placas desgastadas.

Os usuários, de maneira geral, aprovam o serviço de trólebus na região. Ressaltam o pouco tempo de espera no ponto e a vantagem de não pegar trânsito lento no corredor. “Vem um atrás do outro. Se eu pudesse, só andava de trólebus”, diz a dona-de-casa Nanci Paiva Santos Flores, 49 anos. Ela mora no bairro Tatetos, do outro lado da balsa do Riacho Grande, em São Bernardo. Conta que utiliza o trólebus para ir a consultas médicas no Centro de Santo André.

Neste mês, o governo do Estado iniciou conversa com as Prefeituras do Grande ABC, capital e Guarulhos para criar um corredor ligando o Aeroporto Internacional de Cumbica ao de Congonhas. A proposta prevê o aproveito do corredor de trólebus São Mateus-Jabaquara. Os 33 quilômetros passariam a 87 quilômetros, segundo a idealização do governo Geraldo Alckmin. A primeira reunião oficial para discutir o assunto foi marcada para o próximo dia 23.

O aumento da linha de trólebus seria é uma boa notícia para a cabeleireira de Mauá Suziane Veras, 22 anos. Ela costuma pegar o trólebus na estão Sônia Maria para ir ao Centro de Santo André fazer compras. “No horário de pico, lá pelas seis da tarde, fica meio cheio. Mas prefiro o trólebus, nunca espero mais de 15 minutos no ponto.” O bilhete do trólebus custa R$ 2,10. Para comparação, a passagem de um ônibus intermunicipal de São Caetano a Mauá custa em média R$ 3.

O corredor conta, em toda sua extensão, com placas que informam o pedestre sobre o fluxo de ônibus dos dois lados da via e o perigo de invadir o espaço com um bicicleta. Há, também, semáforos para pedestres com botão para acionar o sinal verde para travessia.

Concessão – A Metra assumiu o serviço de trólebus no corredor São Mateus-Jabaquara em 1997. Em 2001, adquiriu responsabilidade por todo trajeto: pavimento, semáforos, canteiros, pontos, sinalização, grades de proteção etc. A empresa utiliza 215 veículos todos os dias no corredor. Os mais novos são os de cor cinza, que estão em funcionamento há menos de um ano. A frota mais velha, pintada de branco, tem décadas de uso.

No corredor, há 110 pontos de parada e nove terminais. O contrato da Metra com a EMTU é de mais de 20 anos, vai até o ano de 2022. Entre os ônibus utilizados, há os movidos a energia elétrica e outros a diesel ou de forma mista.




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