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EC São Bernardo faz contraprovas de Covid e libera oito

Clube apela para laboratório particular e dos nove atletas que refizeram o exame, apenas um testou positivo ao novo coronavírus

Por Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
25/09/2020 | 00:01
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Brendow Felipe/EC São Bernardo/Divulgação


O EC São Bernardo vive uma situação, no mínimo, curiosa e ao mesmo tempo questionável com relação aos 15 jogadores que testaram positivo para o novo coronavírus na semana passada, em procedimento custeado pela FPF (Federação Paulista de Futebol) e efetuado pelo Hospital Albert Einstein – consequentemente, eles desfalcaram o time na vitória heroica por 3 a 1 sobre o Desportivo Brasil. Isso porque, depois de os atletas repetirem na terça-feira os exames e positivarem novamente, (inclusive, um 16º atleta também testou positivo), o Cachorrão decidiu realizar a contraprova de nove jogadores que estavam assintomáticos e, para surpresa geral, oito deles negativaram.

A situação não é inédita envolvendo justamente FPF e o centro médico. Antes das quartas de final do Paulistão, caso similar ocorreu com o Red Bull Bragantino, que teve constatadas as contaminações em nove atletas (sendo seis titulares), mas a contraprova feita pelo Toro Loko apontou negativo para todos eles.

“O clube achou por bem fazer exames particulares em uma faculdade de Santo André (no total, o Cachorrão gastou R$ 27 mil com testes particulares). Esse novo normal ainda está se estruturando, existem falhas e uma delas ocorreu agora. Mas não por má vontade e, sim, por adaptação de conduta. Sendo assim, quando alguém testar positivo para Covid, teremos de fazer contraponto em particular e a Federação, de muito bom grado e sapiência, aceitar. Fica de alerta para próximos”, posicionou-se o presidente Felipe Cheidde Júnior, que elogiou os 13 atletas que participaram da vitória sobre o Desportivo.

“Vivemos situação extremamente tensa, de dúvidas, de falhas, de questionamento sobre quem falhou, todos ficaram bem abalados. Assim que foram relatados os 15 casos de Covid, conversei com Fabiano (Fernandes, diretor de futebol) e com (o técnico Renato) Peixe pedindo posição sobre pessoas que pudessem substituir os titulares. A resposta foi unâmime: todos nossos atletas estão em plenas condições de disputar o campeonato, não há nenhum para trás, não vai dever nada. Bancaram firmemente todo o grupo, até aqueles que de vez em quando não eram relacionados”, contou.

Com essas oito liberações, Renato Peixe deverá ter mais opções para montar o time para o jogo de amanhã, contra o Nacional, no Nicolau Alayon, pela 13ª rodada da Série A-3, sem necessitar das três improvisações realizadas na semana passada. Segundo o médico do clube, Natan Madeira, estes jogadores haviam realizado a testagem para o novo coronavírus há dez dias (período mínimo previsto pelo protocolo da FPF) e, por fim, passaram por exames físicos para estarem aptos. “Fizemos tomografia de tórax, testes de esforço e, a partir daí, o atleta estando assintomático, com exames ok, a gente faz a liberação. Os demais, por terem apresentado outros sintomas e não estarem em condições físicas aptos a jogar, a gente acabou sendo um pouco mais cauteloso”, explicou.

Ainda de acordo com o médico, o clube vem seguindo os protocolos da Federação desde a primeira identificação de atleta com Covid-19, ainda durante a intertemporada.

Flamengo contabiliza 16 casos confirmados no elenco

O Flamengo sofre com um surto de Covid-19 dentro do elenco. Desde o início da semana, 16 jogadores, além de integrantes da comissão técnica e até diretoria, testaram positivo e, assim, o Rubro-Negro solicitou via Superior Tribunal de Justiça à CBF o adiamento do jogo de domingo, contra o Palmeiras, mas recebeu a negativa. Ontem, a confederação decidiu, junto aos clubes, que cada time precisa ter pelo menos 13 jogadores saudáveis  para poder entrar em campo.De acordo com relatório da entidade, dos 9.690 exames realizados nas Séries A, B e C, 182 apontaram casos confirmados, taxa de positividade de 1,9%.

Segundo a epidemiologista, especialista em dinâmica em transmissão de doenças infecciosas e professora de Medicina da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), Adélia Marçal dos Santos, o protocolo da CBF para a retomada das competições é “um excelente manual”, com ressalvas. “Não há um monitoramento claro quanto ao seguimento das regras pelos clubes, seus colaboradores, atletas e dirigentes”, opinou. “Os testes com PCR em pessoas assintomáticas dois a três dias antes dos jogos não são suficientes para detectar portadores do vírus no dia do jogo. A probabilidade de detecção é muito baixa”, indicou a docente, que atestou. “Durante a prática do esporte, os riscos são ainda maiores”, concluiu.<TL>




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