Política Titulo Acusado de corrupção
Câmara debate suspender salários de Mario de Abreu

Parte da bancada inicia discussão para reter subsídio do vereador afastado de S.Bernardo

Por Daniel Tossato
Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
23/06/2020 | 00:01
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Parte da Câmara de São Bernardo iniciou movimento na tentativa de impedir que a mesa diretora deposite o subsídio do vereador afastado Mario de Abreu (PDT) na conta do pedetista e que encaminhe o dinheiro para um depósito judicial.

Em agosto de 2018, o juiz Leonardo Fernando de Souza Almeida, da 4ª Vara Criminal de São Bernardo, acolheu pedido do Ministério Público para afastar o então parlamentar sob alegação que, se ele continuasse na cadeira, iria atrapalhar as investigações – Abreu responde por suposta venda de licenças ambientais e de cargos comissionados, além de ameaça a uma testemunha. Apesar do afastamento, o magistrado manteve o pagamento dos salários.

O Diário apurou que o tema foi levado aos demais vereadores pelo parlamentar Hiroyuki Minami (PSDB) na sessão da semana passada. O tucano, entretanto, oficialmente negou qualquer liderança nessa discussão, embora tenha admitido ter ouvido algo nesse sentido. Alguns consentiram em consultar o departamento jurídico da casa a respeito. Outros viram a discussão com receio, uma vez que há embasamento jurídico para o pagamento dos valores a Abreu.

Ao Diário, o pedetista reforçou a tese de que, mesmo afastado, pode receber os subsídios e avaliou que a Câmara não vai desrespeitar uma ordem judicial suspendendo o depósito.

PSDB
Abreu criticou a expulsão do PSDB, ocorrida em junho de 2019. “Me pegou de surpresa porque a fundamentação da expulsão do PSDB foi baseada na gravidade dos fatos que eu estava sendo acusado. Não fui condenado. Existe a Constituição, que diz que todo mundo é inocente até o trânsito em julgado da sentença condenatória. Eu não tive nenhuma sentença ainda”, reclamou.

O vereador afastado sustentou que, sem a condenação, tem a idoneidade intacta e que o partido não agiu com isonomia, já que há outros quadros do PSDB que respondem judicialmente a alguma acusação e que, mesmo assim, seguem normalmente na legenda.

“Eu me senti injustiçado. Há outras pessoas do PSDB, do município, do Estado e até nacional, que respondem a processo e eles (diretório) não tiveram essa postura. Se eu tivesse uma condenação em primeira instância, vejo que teria elemento (para expulsão). Mas nem isso teve. Tive a condenação pelo meu partido sem ser condenado pela Justiça. Nesse caso eu me senti traído sim”, esbravejou. 




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