Depois de subir mais de 3% só na semana passada, a Bolsa de Valores de São Paulo parou para tomar fôlego segunda-feira, aproveitando a agenda fraca de indicadores. Os investidores decidiram embolsar parte dos ganhos, levando o Ibovespa a fechar em baixa.

O cenário favorável interno e externo, no entanto, impediu que a queda fosse muito grande, tanto que a Bovespa conseguiu sustentar o patamar de 50 mil pontos atingido na semana passada.

No final do pregão, o Ibovespa marcava -0,62%, aos 50.281,7 pontos. Oscilou entre a mínima de 50.154 pontos (-0,88%) e a máxima de 50.618 pontos (+0,04%). Com o resultado a Bovespa acumula, em maio, alta de 2,71%, e, no ano, elevação de 13,06%.

Alguns analistas avaliam que os recordes da Bovespa nos últimos dias deixaram a bolsa cara, ou seja, não seria hora de fazer compras. Mas uma outra leva – que tem se confirmado como maioria – aposta que há fôlego para novas altas. “Desta vez, há fundamentos que justificam os ganhos. Não é como num passado não muito recente onde a Bolsa subia um pouco e já era hora de vender, porque não havia justificativa para a elevação”, explicou um profissional.

Por isso, não é difícil encontrar quem preveja 55 mil pontos para a Bovespa até o final do ano. “Tá difícil achar notícia ruim”, acrescentou este especialista, destacando que o noticiário favorável, juntamente com os fundamentos positivos, explica a realização tímida de lucros da Bovespa segunda-feira.

Segundo ele, uma das causas da queda foram as ações da Petrobras e Vale que, juntas, respondem por cerca de 30% da carteira teórica do Ibovespa. Os papéis da Petrobras caíram por conta do recuo dos contratos futuros de petróleo no mercado internacional Os ON recuaram 2,12% e os PN, 2,17%.

Nesta terça-feira, as ações da empresa ainda podem registrar perdas, na esteira do decreto boliviano que transfere para a YPFB (Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos) o monopólio sobre a exportação e a comercialização de petróleo bruto reconstituído e gasolina branca, uma gasolina destilada a altas temperaturas.

Já a Vale do Rio Doce teve desempenho negativo em reação aos rumores de fusão entre as mineradoras a BHP Billiton e a Rio Tinto no exterior. Se efetivada, a união tornará a companhia resultante na maior produtora de minério de ferro do mundo, posto atualmente ocupado pela empresa. Vale ON recuou 1,95%, enquanto as ações PNA tiveram baixa de 1,45%, segunda-feira.