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Farc atacam povoados para controlar zonas de produção de cocaína
Da AFP
02/11/2006 | 17:09
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Com o ataque sangrento a um povoado do norte da Colômbia, que deixou 30 mortos, a guerrilha das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) buscam tomar dos paramilitares o controle dos cultivos ilícitos, afirmou o governo colombiano nesta quinta-feira, qualificando o ataque de violação aos direitos humanos.

"Eles se esconderam em casas de civis para atirar nos policiais, e deve-se ressaltar que a força pública não respondeu a esses disparos efetuados covardemente a partir de casas de família", declarou o presidente da Colômbia, Alvaro Uribe.

A denúncia de Uribe foi feita ao término de uma reunião realizada na igreja de Tierradentro, um povoado de 13 mil habitantes do município de Montelíbano, no departamento de Córdoba (norte), atacado na quarta-feira pelos guerrilheiros.

Visivelmente emocionado, Uribe pediu à comunidade internacional que condene o ataque.

O presidente colombiano percorreu o povoado de caminhonete, exortando os moradores a denunciar os rebeldes e pedindo ajuda para capturá-los.

Uribe também ordenou a fumigação dos cultivos ilícitos na zona.

Para o general Freddy Padilla, comandante das forças militares, o ataque rebelde "tinha um objetivo econômico, mais do que político, pois as Farc estão tentando recuperar todo o controle do narcotráfico outrora exercido pelos paramilitares nesta região".

O diretor da polícia, o general Jorge Castro, contou que "as Farc e as autodefesas (paramilitares) brigavam por este território. A polícia chegou à região há quatro meses para efetuar trabalhos de erradicação manual (de cultivos ilícitos) em meio aos ataques permanentes das Farc".

Os policiais esperavam o ataque dos rebeldes, mas foram surpreendidos pelo número de guerrilheiros (500). "Estávamos preparados. Na terça-feira, recebemos a informação de que a tomada do povoado era iminente. Nós éramos 60 policiais, e nos posicionamos para esperá-los. No entanto, não pensávamos que íamos nos deparar com 500 guerrilheiros", relatou o tenente Fredy López.

López, que foi ferido durante o ataque, revelou que os reforços terrestres não chegaram porque o único caminho que leva a Tierradentro "estava minado".

O chefe da missão de acompanhamento da Organização dos Estados Americanos (OEA) em uma negociação com grupos de extrema-direita, Sergio Caramagna, pediu ao governo que reforce a presença militar em pelo menos 80 povoados que, como Tierradentro, estiveram sob o controle destes grupos, para evitar ataques similares.

Chefes das Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC, paramilitares) que se desmobilizaram após negociações de paz com o governo de Uribe haviam advertido que se a presença militar não fosse reforçada nas zonas abandonadas por eles, as FARC tomariam o controle delas.

O ataque rebelde de quarta-feira deixou 30 mortos: 17 policiais, 11 guerrilheiros e dois civis.




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