O Tesouro Nacional deu esta manha a notícia que o mercado esperava para que houvesse, enfim, uma correçao nas taxas de juro projetadas na BM&F. Na próxima terça-feira, o Tesouro colocará a mercado apenas LFTs, títulos póx-fixados, e nao ofertará LTNs, papéis prefixados. A decisao, na opiniao da maior parte dos operadores ouvidos pela Agência Estado, é correta, porque a falta de títulos prefixados em mercado gera, por si só, reduçao do chamado "prêmio" pago pelos papéis.

"O Tesouro deixar de vender 1 bilhao de títulos prefixados tem um efeito semelhante ao de se vender 10 mil contratos de DIs futuros", compara um operador. Para os profissionais, o Tesouro acertou também porque, provavelmente, a taxa a ser pedida na próxima terça-feira, dia da reuniao do FED, seria tao ou mais elevada do que a do consenso do último leilao, quando os papéis nao foram vendidos porque o prêm io foi considerado exagerado.

"Já que ele tem folga na rolagem dos títulos, é melhor nao fazer leilao do que deixar de vender na hora", reforça um profissional. O efeito da medida do Tesouro sobre as taxas do mercado de futuros será potencializado pelo bom humor que se arma no mercado externo, após a divulgaçao do PPI, que ficou dentro do esperado. Por conta da queda do PPI, um dos mais importantes indicadores da economia norte-americana, os índices futuros das bolsas de Nova York ampliaram a alta (há pouco, o S&P subia 0,69% e o Nasdaq 100 avançava 2,30%).

O C-Bond também reagiu e passou a subir 0,91% após o dado. "O fato de nao haver oferta de papel prefixado na semana que vem teria um efeito técnico, mas limitado, caso o dia fosse ruim lá fora. Mas, diante de um cenário mais tranquilo, os DIs devem reagir e fechar taxa", prevê um profissional. Outra boa notícia nesta manha foi a divulgaçao do IPCA de abril, que ficou em 0,42%. Nesta quinta, o BC nao atuou no mercado à vista.