Política Titulo Grande ABC
PSDB regional diverge sobre abandonar Temer

Desembarque do governo federal não é consenso entre líderes do tucanato no Grande ABC

Júnior Carvalho
do Diário do Grande ABC
11/11/2017 | 07:00
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Divulgação/Agência Brasil


A exemplo dos tucanos de Brasília, as lideranças do PSDB no Grande ABC também não entraram em consenso sobre o desembarque ou não do governo de Michel Temer (PMDB). Ouvidos pelo Diário, prefeitos filiados à sigla divergiram sobre a postura que o partido deve adotar no caso.

Na quinta-feira, essa mesma situação expôs o racha no tucanato nacional quando o presidente licenciado da sigla, o senador mineiro Aécio Neves, destituiu o senador cearense Tasso Jereissati do comando provisório da legenda numa tentativa de brecar os apelos de tucanos que defendem abertamente o fim do apoio do PSDB ao governo Temer – o partido comanda cinco ministérios – a fim de fugir de possíveis desgastes na eleição de 2018.

Prefeito de Santo André, Paulo Serra classifica esse debate como “raso demais para um partido do tamanho do PSDB”, mas frisou que, se o desembarque for acompanhado de apresentação de “uma agenda”, a “saída se torna eficiente”. “O PSDB sempre se notabilizou por criar saídas para crises. A gente acabou com a inflação, estabilizou a moeda, (promovemos) a privatização das telecomunicações, enfim, essa é a nossa marca.”

Já o chefe do Paço de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), pensa diferente. Desde os vazamentos das denúncias envolvendo Temer, o tucano prega a saída do partido da base. “Fui denominado um dos cabeças pretas, fui o primeiro a defender o desembarque do governo Temer antes da primeira denúncia, pois se queremos ter candidato a presidente não faz sentido ficar pendurado em um governo. Isso não significa que não se deva apoiar as reformas. Sou crítico ao modelo atual da reforma da Previdência, mas acho que é necessário se fazer uma reforma. Então, neste momento, a melhor forma é sair do governo. Não tem sentido manter cargos”, defendeu.

Na contramão, José Auricchio Júnior, prefeito de São Caetano, pondera que o desembarque do governo Temer não muda em nada o tabuleiro eleitoral para o partido. “A permanência (do PSDB no governo Temer) já está precificada, vamos ter de pagar essa conta (na eleição). O que temos agora é cuidar da unidade partidária. Sair correndo do governo agora é bobagem, porque nosso apoio (ao Temer) está precificado.”

Prefeito de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão acredita que as “dificuldades” que o governo Temer tem passado “pode contaminar o partido”.

O coordenador do PSDB na região, Márcio Canuto, ataca a decisão de Aécio Neves, classificando como “personalista e totalitária”. “Mais uma vez, Aécio envergonha e constrange o PSDB”, critica. (Colaboraram Raphael Rocha, Humberto Domiciano e Felipe Siqueira) 




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