Blau experimenta novos suportes para incluir um enredo às imagens. “Existe experimentalismo, mas mais do que, há uma discussão. A fotografia vai além de ser uma simples ilustração. Ela pode ter também um viés poético, uma narrativa, contar uma história”, afirma.

A mostra reúne sete alunos da primeira turma da faculdade de Fotografia do Senac. “Existe um diálogo entre os trabalhos”, diz Blau, que está acompanhado pelos fotógrafos Daniel Ducci, Pablo de Sousa, Marcia Coutinho, Eric Rahal, Fernanda Romero e Marcelo Schellini.

Os trabalhos de Schellini são fotos-poemas que dialogam com Poeseira (árvore de poesias) de Blau, bem como os fotogramas de tamanho gigante de Pablo de Sousa. A obra de Marcia Coutinho é composta por bandeirinhas e um ‘teatrinho’ fotográfico. Ducci faz colagens e fotomontagens, enquanto Rahal obtém imagens a partir do scanner, sem utilizar máquina fotográfica. Fernanda Romero documenta crianças com síndrome de Down.

Uma das obras de Blau se chama Abr’olhos. Trata-se de um audiovisual composto por uma filmagem de fotos feitas em várias regiões do país misturadas a poesias do próprio Blau. A trilha sonora é a música Kaô, de Gilberto Gil. “Há imagens desde o Sul do país até a Amazônia, que eu registrei nas viagens que fiz pelas revistas de turismo para as quais trabalho”, diz.

A montagem foi feita em computador e, na exposição, o vídeo será projetado em um telão. “Esse trabalho assino com o pseudônimo Jorge Lumeeiro”, afirma Blau.

A ampliação fotográfica feita em tecido, intitulada Entreespelho, apresenta uma fusão das imagens de uma árvore e de um homem nu. A obra mede 1,40m x 1,80m.

Em 2000, o andreense participou do projeto Caixa Populi, que incluiu a publicação de livros e uma exposição no Conjunto Cultural da Caixa, sob curadoria de Emidio Luisi. Os fotógrafos foram selecionados para registrar as várias etnias que co-existem em São Paulo. E, no ano passado, em parceria com a fotógrafa Cristiane Ceneviva, cumpriu o projeto de registrar várias festas populares no Estado de São Paulo.