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As lições do horário de verão
Antonio Carlos Cyrino
04/03/2011 | 07:11
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Terminou dia 19 de fevereiro mais uma edição do horário de verão. O brasileiro com menos de 25 anos já se acostumou com a medida, porque nunca viveu sem ela no País. Adotado desde 1985 ininterruptamente, o horário de verão está mais do que incorporado à cultura das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e alguns Estados do Nordeste. A adoção dessa medida no verão atende não apenas necessidade conjuntural de oferta de energia elétrica, mas também expectativa principalmente da população mais jovem.

No Brasil, o horário de verão foi instituído pela primeira vez em 1931. A medida foi reeditada por mais dois anos, ficando sem utilização até o ano de 1949. Na década de 1960, a medida vigorou por cinco anos subsequentes - de 1963 a 1968. A sociedade brasileira passou a conviver rotineiramente com o horário de verão a partir de 1985. Com a 37ª edição deste ano, o Brasil registra a 26ª aplicação consecutiva da medida.

A aplicação do horário de verão contribui para diminuir os riscos de sobrecarga de consumo em horários de intensa utilização de eletricidade no País. Esse horário, chamado de pico de consumo, estende-se normalmente das 18h às 21h. Nesse período, são acionadas as lâmpadas da iluminação pública de milhares de municípios e coincide também com o período de maior uso do chuveiro elétrico nas residências, e outros equipamentos eletrodomésticos.

Ao contrário do que muitas pessoas imaginam, não há risco de faltar energia para consumo. O que ocorre nesse período específico é utilização acima da média que força o sistema a trabalhar mais intensamente para atender o mercado consumidor. Forma-se curva que representa o horário de pico de consumo no País, colocando o setor elétrico em alerta, porque a demanda chega muito próxima à oferta de energia. Reduzir essa curva é uma das alternativas mais bem-sucedidas para evitar esse risco. Com o horário de verão, há deslocamento nos horários de consumo, pela mudança de hábitos na população e pela entrada tardia da iluminação pública no sistema. Em vez de acionar os eletrodomésticos em casa, parcela substancial da população opta pelo lazer ao ar livre, porque a iluminação natural perdura por mais uma hora.

O fim de mais um período do horário de verão deixa essas lições. Com um pouco de esforço individual é possível obter soluções que beneficiam uma coletividade inteira.

 

Antonio Carlos Cyrino é diretor de Operações da CPFL Energia.




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