O clima era de revolta no enterro de Marcel, que foi baleado na madrugada de segunda-feira, na Cobal. Pais, parentes e amigos prestaram uma última homenagem ao menino, que foi sepultado no cemitério do Caju. ``Meu filho foi vítima de uma barbárie', desabafou o comerciante Rodolfo do Amaral, 54, pai de Marcel, que chorou muito durante o enterro. Filho único do segundo casamento de Rodolfo, Marcel tinha três irmaos, dois por parte de pai e um por parte da mae, Mariângela, que neste sábado estava desolada e nao conseguiu dar declaraçoes aos jornalistas.
Marcel cursava a sétima série do primeiro grau no colégio Plank Einstein, em Laranjeiras. ``Acho que nunca o vi triste', lembrou o amigo Fernando Bressane. Segundo os colegas, Marcel adorava ir à praia e jogar xadrez. Também nao dispensava uma ida à Cobal do Humaitá com sua turma de amigos de Botafogo. ``Ele era de paz', acrescentou outro colega, Leonardo Biscaia, que o conheceu por intermédio do irmao Bruno. Os três jogavam capoeira na Academia Akxe, na Barra. ``Ele também lutava jiu-jitsu', contou Leonardo.
Há seis dias, porém, Marcel foi surpreendido ao tentar defender sua amiga Júlia. Marcel levou um tiro depois de uma briga e foi imediatamente levado para o Hospital Miguel Couto, no Leblon. Pouco tempo depois, foi transferido para a clínica Enio Serra, em Laranjeiras, onde foi submetido a duas cirurgias. Marcel morreu na sexta-feira, após duas paradas respiratórias, em conseqüência de um choque neurogênico, que ocorreu em funçao de uma deficiência na medula, atingida pela bala.
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