Política Titulo Lava Jato
PF lacra depósito com acervo de Lula em São Bernardo

O local, foi locado ao Instituto Lula e
janeiro e está em posse de agentes

Por Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
08/03/2016 | 07:00
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Anderson Silva/DGABC:


A 24ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada na sexta-feira pela PF (Polícia Federal), lacrou galpão de propriedade do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo, que detém parte do acervo da Presidência da República, durante gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), entre 2003 e 2010. O local, situado na Travessa Monteiro Lobato, Centro, foi locado ao Instituto Lula em janeiro e está em posse de agentes da PF, que estão inventariando o material apreendido. A suspeita das autoridades é que dentre os pertences do ex-presidente estão peças de patrimônio do governo federal. A equipe do Diário esteve ontem, por volta das 16h, no galpão e constatou isolamento da área.

A coleção de materiais recebidos por Lula foi transportada de Brasília para São Paulo logo após o fim de seu mandato. De imediato, o acervo ficou em depósito da Granero, na Capital. O armazenamento do material foi custeado pela construtora OAS, que teria pago quantia de R$ 1,3 milhão, totalizando o período de janeiro de 2011 até janeiro deste ano.

Por nota, a Granero informou que “foi vencedora de concorrência pública para o serviço de transporte de parte da mudança do ex-presidente, no percurso de Brasília a São Paulo”, recebendo R$ 22,7 mil, “envolvendo quatro caminhões”. Itens de vestuário do ex-chefe da Nação foram entregues em seu apartamento em São Bernardo, enquanto que o acervo museológico do ex-presidente, correspondente a dez contêineres, foi encaminhado por outra transportadora à Granero para armazenagem.

A nota ainda cita que Paulo Okamotto, atual presidente do Instituto Lula, informou que “a armazenagem do acervo seria feita por um curto período de tempo e contratada pela apoiadora do instituto, a empresa OAS”, no valor de R$ 21,5 mil mensais, que perdurou por cinco anos”.

O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC informou que firmou contrato de locação com o Instituto Lula no valor de R$ 2.500, sem destacar o tamanho total da área utilizada. Adicionou “que a natureza do acervo, quantidade e destinação são de responsabilidade do instituto, locatário do espaço”.

Na sexta-feira, o ex-presidente, durante discurso no PT, falou sobre o acervo. “Desde Floriano Peixoto (segundo chefe da Nação, entre 1891 e 1894), fui o que mais ganhei presentes. Porque viajei mais, porque trabalhei mais, porque viajei o mundo, tenho até trono da África. O que faço com isso?”.

Além dos casos do sítio de Atibaia e de um triplex no Guarujá, Lula utiliza outro imóvel em nome de terceiros. Trata-se da cobertura em frente ao seu apartamento em São Bernardo. O proprietário é o aposentado Glaucos Costamarques, primo do pecuarista José Carlos Bumlai, preso na Lava Jato.

MORO
O juiz federal Sérgio Moro intimou Lula como testemunha de Bumlai, marcando a oitiva, que será feita por videoconferência, para segunda-feira, às 9h30, na Justiça Federal de São Paulo.

Na peça do MPF (Ministério Público Federal), diferentemente do que foi publicado pelo Diário, o imóvel em Santo André que foi investigado pertence a Marlene Araújo Lula da Silva – nora de Lula e mulher de Sandro Luis Lula da Silva, e não a Luis Claudio Lula da Silva.  




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