Milhares de palestinos comemoraram neste sábado na Faixa de Gaza o 20o aniversário do Hamas, numa demonstração de força do movimento islamita seis meses depois de ter assumido o controle desse território.
Exibindo bandeiras verdes e cartazes proclamando a glória do movimento, a multidão convergiu para Katiba, no centro da Cidade de Gaza, onde o primeiro-ministro do Hamas, Ismail Haniya, e outros dirigentes devem discursar.
Uma imensa faixa com a inscrição “Não reconheceremos Israel” foi colocada nos fundos do palco armado, em desafio ao Estado hebreu. O ex-ministro e chefe do Hamas, Said Siam, disse que essa manifestação popular é a resposta para aqueles que acham que o Hamas perdeu terreno.
Outro líder do Hamas, Mahmud al-Zahar, disse que a mensagem que querem passar é que esse movimento não pode ser destruído. “Essa celebração mostra como em 20 anos fizemos crescer nosso movimento de mil pessoas a um número imenso”.
Exilado na Síria, o chefe político do Hamas, Khaled Mechaal, afirmou que os palestinos são capazes de lançar uma terceira ou uma quarta intifada (guerra santa) contra Israel.
“Nosso povo é capaz de lançar uma terceira ou quarta intifada até que a vitória seja nossa”, enfatizou, ao se referir aos levantes populares palestinos que explodiram em 1987 e depois em 2000 na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, ocupadas por Israel.
“Quem pensa que o Hamas está num atoleiro, está enganado. Quem acha que a legitimidade vem do apoio internacional também se engana, pois vem do povo”, acrescentou o chefe político do Hamas.
Segundo ele, a celebração do 20o aniversário do Hamas acontece em circunstâncias difíceis e é uma situação dolorosa para os palestinos rodeados em Gaza, território isolado do mundo desde a posse do movimento islamita em junho passado.
O Hamas (sigla para Movimento de Resistência Islâmica), que defende a luta armada e a destruição de Israel, foi criado em 14 de dezembro de 1987, pouco depois da primeira intifada, por um grupo de militantes islamitas que se reivindicam oriundos dos Irmãos Muçulmanos.
Israel, a União Européia e os Estados Unidos consideram o Hamas uma organização terrorista.