O prolongamento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), que deve ter desfecho apenas em 2016, fez o PT no Grande ABC prorrogar para o ano que vem os atos na região em defesa do mandato da petista. Vigília contra o impedimento da presidente, inicialmente agendada para ontem no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, foi desmarcada e ficará para janeiro – não há data definida.

A avaliação dos petistas da região é que, às vésperas das festas de fim de ano, seria difícil garantir adesão da população e até das próprias figuras do partido nos atos em defesa de Dilma. O calendário do julgamento do impeachment – a Câmara dos Deputados continuará o debate só após o recesso parlamentar, em fevereiro – também não impõe, na avaliação do petismo, necessidade de mobilizar a militância às pressas.

Ontem, decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) em se posicionar favorável ao voto aberto na formação da comissão do impeachment no Congresso Nacional, em dar autonomia para o Senado sobre o julgamento e em desconfigurar a existência de chapa avulsa na criação do grupo que analisará o pedido antes do plenário, contrariou o rito do impeachment até então adotado pela Câmara Federal e modificou a rota escolhida pelos parlamentares. A posição, porém, postergou ainda mais o fim da novela, na contramão dos planos do Planalto em acelerar o julgamento para impedir que o impeachment ganhe adesão popular.