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Michelin aposta em inédito pneu para crescer no país
Por Marcelo de Paula
Do Diário do Grande ABC
29/11/2007 | 07:09
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Com o objetivo de fidelizar clientes e valorizar o próprio produto, a Michelin desenvolveu tecnologia própria de recapagem, que promete aumentar a vida útil dos pneus em até 40%.

O novo serviço foi batizado de Refill e só será realizado em carcaças de pneus de carga, tanto de caminhões como de ônibus, a um custo 10% maior que o praticado pelo mercado, mas com a promessa de vida útil maior.

O pneu recapado pelo processo Refill terá garantia da fabricante como se fosse novo e poderá ser repetido uma segunda vez com a garantia mantida. A performance, segundo a fabricante, é a mesma de um pneu novo.

O diretor comercial para pneus de carga da Michelin, Nour Bouhassoun, afirma, no entanto, que a empresa não pretende entrar no mercado de recapagem. Tanto que o serviço só será oferecido para produtos da marca.

“O que nos interessa é valorizar as carcaças de nossos pneus, que passam a ter três vidas úteis”, afirmou.

O serviço de recapagem pelo processo Refill será realizado por empresas licenciadas e, por enquanto, apenas a revenda Treviso, de Betim (MG), e a própria fábrica da Michelin, em Itatiaia (RJ), estão autorizadas a fazerem o recapamento pelo novo processo.

A meta é estender o serviço para as principais cidades do País até 2009. Para obter a licença que permite recapar pelo processo Refill, a revenda terá de possuir certificação ISO 9001:2000.

Recapagem - De acordo com pesquisa encomendada pela própria Michelin, 80% dos pneus de carga vendidos no Brasil são recapados. Na França, onde fica a sede da empresa, esse índice é de 45%.

Isso ocorre porque as transportadoras e também os autônomos necessitam reduzir custos de manutenção.

O problema, segundo Bouhassoun, é que o processo tradicional de recapagem consiste basicamente na colocação de uma nova banda de rodagem, sem a preocupação com outros fatores, o que reduz a vida útil da carcaça, que está em torno de 270 mil quilômetros, em média, no Brasil.

“No processo tradicional, a mistura da banda de rodagem é simples e muito espessa, gerando calor excessivo, o que diminui a vida útil da carcaça. A tecnologia que desenvolvemos, pelo contrário, não só reduz o calor como identifica e corrige outros fatores que podem diminuir o rendimento”, disse.




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