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Mais uma forma de expressão
Por Raquel de Medeiros
Do Diário do Grande ABC
20/03/2011 | 07:00
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Quem é que não reconhece o vozeirão com aquele sotaque típico de interior do apresentador Milton Neves? Você nem precisa ver o rosto dele para saber que é ele que está falando no rádio ou na TV. A apresentadora Sabrina Sato também ficou conhecida pelo erre carregado e único.

Mas sotaque nem sempre é sinônimo de vantagem. Por ser característica marcante, vira e mexe, atores e jornalistas têm que se submeter a sessões com fonoaudiólogos para aprender um modo diferente de falar.
O ator português Ricardo Pereira, que vive o executivo Henrique Taborda na novela global "Insensato Coração", por exemplo, sua a camisa para conseguir tirar a pronúncia típica portuguesa e se expressar de um modo mais, digamos, brasileiro. "É um trabalho árduo, diário, mas que vai ficar para o resto da vida. Me propus a encarar esse desafio e acho que vai ser muito importante para a minha carreira", afirma o ator.

O trabalho exige ouvidos aguçados. "Tanto para ganhar quanto para perder sotaque é necessário ter percepção. Tem que ouvir e prestar atenção nas marcações de fonemas", explica a professora de Fonoaudiologia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, Marta Andrada.
Ao contrário de Ricardo Pereira, a atriz andreense Klara Castanho, que vai interpretar uma garotinha caipira na nova novela das sete, Morde e Assopra, terá que reforçar o erre arrastado do interior. "Criança pega mais rápido, porque tem mais facilidade em mudar", explica Marta.

NA PRÁTICA - Cada um tem seu tempo para aprender o novo modo de falar, porém, quem tem um conhecimento musical mais apurado se dá melhor.
"Se ela tem uma relação próxima com música, um ouvido mais trabalhado, vai ter facilidade para perceber agudos e graves. A atriz Camila Morgado, por exemplo, tem uma articulação muito boa", avalia a especialista.
Para que uma nova forma de expressão possa surgir, os aprendizes primeiro são submetidos a trechos de programas de televisão e novelas antigas que contenham exemplos corretos de dicção, para só depois colocarem em prática.
"Fazemos muitos exercícios com palavras, sons e fonemas. Tenho que ser metódico, não posso perder nem um dia. A minha fofonoaudióloga está praticamente morando em casa (risos)", afirma Ricardo Pereira. Tudo pelo bem da arte e da comunicação.




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