Antes de viajar, o apelo é para que mães em período de amamentação não deixem de doar leite humano. Dois dos três bancos de leite da região - Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André, e Hospital Municipal Universitário, em São Bernardo - estão com seus estoques 30% abaixo do ideal. Em geral, a quantidade de material utilizado para alimentação de bebês prematuros internados chega a cair até 50% nos meses de férias, segundo a Secretaria Estadual da Saúde. No HMU, há 190 litros de leite humano em estoque, o suficiente para pouco mais de um mês. O mesmo acontece no Hospital Mário Covas, que tem 40 litros do alimento armazenado.

Já no Hospital da Mulher, há 16 litros em estoque, volume capaz de alimentar os bebês que precisam do material por uma semana. Segundo a nutricionista do local, Aline Vieira, por haver rotatividade grande de doadoras, a alimentação dos recém-nascidos não é prejudicada.

Qualquer mulher que tem sobra de leite materno pode colaborar com o banco de leite, desde que esteja saudável. "É importante destacar que não vai faltar leite para o bebê da doadora. O volume de leite só diminui caso a amamentação não esteja sendo feita da forma correta", observa a coordenadora de nutrição do Banco de Alimentos do Hospital Mário Covas, Adriana Pivo Lach.

O material é importante para que as crianças prematuras se desenvolvam e ganhem resistência às doenças por ter qualidade e concentração adequada de nutrientes. Geralmente, as mães de recém-nascidos não conseguem produzir leite em quantidade suficiente porque o bebê não tem condições de sugar e também pelas questões emocionais.

Além de benefícios para o bebê, a doação de leite evita empedramento das mamas e auxilia a recuperação da forma física da mulher. "Muita gente até se sente mal em jogar fora o leite excedente, mas por desconhecimento não doam", comenta a nutricionista responsável pelo Banco de Leite do HMU, Nerli Pascoal Andreassa.