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Tião Mateus quer PMDB aliado para destravar nó
Por Beto Silva
Do Diário do Grande ABC
25/12/2009 | 07:06
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O líder do governo na Câmara de São Bernardo, Tião Mateus (PT), tem a solução para destravar o nó político que predominou no Legislativo em 2009. O petista ressalta que "o único remédio" para sanar o embaraço é cooptar os dois vereadores do PMDB para a base de sustentação do governo Luiz Marinho (PT).

Com dez parlamentares em cada um dos blocos - governista e oposicionista -, as discussões foram por muitas vezes ásperas e vários projetos demoraram a ser votados. Consenso foi situação rara neste ano.

No início de 2010, Tião promete novas investidas nos peemedebistas Tunico Vieira e Gilberto França, que durante boa parte do período foram assediados para mudar de lado. Ambos mantiveram posição firme e dificilmente vestirão outra camisa daqui para frente.

Não está descartada a possibilidade de oferecer cargos e até secretaria para os vereadores. "Vamos conversas com os companheiros, não custa nada. Se conseguirmos trazer um para o grupo, dificilmente o outro ficará", avalia o petista.

Informados pela reportagem da pretensão do líder do governo, os peemedebistas demonstraram surpresa. "Minha conduta é a mesma. Não sou a pessoa mais indicada para ser o fiel da balança, pois tenho postura mais independente", analisa Tunico.

"Estamos conseguindo muitas coisas para a cidade em dez vereadores. Essa dinâmica está indo bem. Tenho relação harmoniosa com todos os parlamentares, secretários e o próprio prefeito. Não há por que polemizar", completa.

Gilberto argumenta que a bancada "guardiã dos interesses da população" está unida e que este deve ser o cenário até o fim da legislatura, em 2012. "Os projetos que são bons para a sociedade votamos a favor. É com esse espírito que estamos trabalhando e continuaremos a trabalhar. Não fazemos oposição por oposição."

O vereador ressalta que efetua um "mandato consciente" e que as pessoas que o apoiam "estão contentes" com a atual posição. "Fomos eleitos por um grupo de eleitores que nos confiram seu voto para desempenharmos esse papel, que é diferente da aliança que venceu a eleição majoritária. Não seria justo mudarmos de lado", considera Gilberto.

Tunico, por sua vez, enfatiza que nem mesmo o momento "delicado" pelo qual passa o PMDB - é aliado do PT em âmbito nacional, mas em São Paulo está ao lado do PSDB - pode interferir nos rumos do partido na cidade.

Governo já atraiu dois vereadores do DEM para garantir maioria

A mesma manobra que o governo do prefeito Luiz Marinho (PT) quer efetivar com os vereadores do PMDB já foi executada com êxito em outra oportunidade. Após a eleição do ano passado, os dois parlamentares eleitos pelo DEM, Ramon Ramos e Fábio Landi, pularam o muro para integrar a base de sustentação.

Ambos caminharam com o grupo adversário de Marinho durante o pleito. Em dezembro, porém, PT e DEM - adversários nacional e estadual - anunciaram a aliança que garante certa governabilidade ao chefe do Executivo - com os democratas no bloco governista, são dez vereadores para cada lado e o presidente da Casa, Otávio Manente (PPS), vota a favor da gestão petista.

Além de alguns cargos na administração, o DEM indicou o subprefeito de Riacho Grande, Fausto Landi, irmão do vereador, para compor o primeiro escalão. O ex-prefeito William Dib (PSDB - 2002 a 2008), líder do grupo que perdeu a eleição de 2008, chegou a declarar que tinha o compromisso dos parlamentares para continuar no bloco, o que na prática não se efetivou.




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