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Coaf indica irregularidade de Calixto

Segundo o MP, órgão federal apontou movimentação anormal na conta de advogado, mencionado como aliado de Aidan no escândalo do Semasa

Fabio Martins
Do Diário do Grande ABC
12/05/2015 | 07:00
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Dados do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) apontam operação atípica de dinheiro envolvendo o advogado Calixto Antônio Júnior, acusado pelo Ministério Público de integrar quadrilha de cobrança de propina no Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) por ordem do ex-prefeito Aidan Ravin (PSB). O relatório de informações do órgão federal está anexado à denúncia formal protocolada há uma semana pela 1ª Vara Criminal. “Foi identificada movimentação financeira irregular do Calixto (entre 2011 e 2012)”, afirmou Roberto Wider Filho, promotor responsável pela investigação.

No inquérito, o MP e Polícia Civil acionaram o Coaf – instituição vinculada ao Ministério da Fazenda, que trabalha, principalmente, na prevenção de lavagem de dinheiro, tendo como função verificar ocorrências suspeitas e comunicar às autoridades – com o alvo de monitoramento bancário dos envolvidos. Com a pesquisa, o órgão detectou recursos incompatíveis com o patrimônio e atividade econômica do advogado, que atuava na superintendência da autarquia de forma ilegal, sem ser funcionário.

Após oficializar a acusação, Wider frisou que este documento contempla conjunto de provas da existência do crime de corrupção no Semasa – cobrança de valores indevidos para liberação de licenças ambientais. “São informações sigilosas (em relação à verba particular), por isso não podemos aprofundar os dados abertamente. Porém, existe anormalidade”, reforçou o promotor. Os números da instituição não se referem somente à conta bancária. Ação relata também quando pessoa física adquire imóvel e o preço não é de acordo com a remuneração do comprador. Bancos e operadoras de cartões de crédito, por exemplo, são obrigados a indicar ao órgão fiscalizador quando há transação que supere R$ 100 mil. Outros alertas podem ser dados em operações menores, como valores superiores a R$ 10 mil.

A denúncia é que assessores de gabinete de Aidan, seguindo determinações do ex-prefeito, ficaram com a incumbência de pagar pela atuação de Calixto na quadrilha. Em uma ocasião, entregaram a ele a quantia de R$ 200 mil dos R$ 800 mil prometidos como parte da dívida estabelecida, considerada, pelo advogado, em honorários advocatícios. “O pagamento foi feito em espécie, no meu escritório”, disse Calixto, em abril de 2012. Havia contrato verbal com o socialista, no valor de R$ 100 mil ao mês.

Procurado, Calixto não quis comentar o assunto. Ele alegou que irá se posicionar apenas posteriormente à sentença da Justiça. 




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