As 'gordinhas' desnudas do artista colombiano Fernando Botero, 72 anos, estão causando furor em Cingapura. As obras de arte que estão sendo expostas no 'Singapore Art Museum' ficam a disposição dos olhares curiosos dos cingapurianos até o dia 27 de fevereiro. "Muitas pessoas estão intrigadas. Porque continua pintando gordos?", questiona a curadora do Museu de Arte de Cingapura, Suenne Megan Tan.

Botero é conhecido por suas gigantescas esculturas e pinturas de pessoas acima do peso. O artista não perdoou nem a 'Mona Lisa' quando criou uma paródia do quadro de 1503 com muitos quilos a mais. Para a exposição de Cingapura, inaugurada no mês passado, Botero selecionou mais de 70 pinturas e desenhos, incluindo 'Nossa Senhora de Colômbia' e a dupla 'O Presidente' e 'A primeiro dama', além de 36 esculturas realizadas ao longo da sua carreira.

A amostragem que, oferece quase três décadas de arte, só foi possível graças a uma verba especial do governo de Cingapura, que destinou US$ 120 milhões do orçamento para a cultura nos próximos cinco anos, em uma tentativa de se tornar 'uma cidade de arte global'.

Além da exposição no 'Singapore Art Museum', mais 22 esculturas em bronze que, já foram exibidas em vários países, encontram-se no 'Changi Airport' e em outros locais do Centro de Arte da Esplanada Marítima. Espera-se que dezenas de milhares de cingapurianos e turistas compareçam à exposição de arte contemporânea.

'Toneladas' de inspiração – Fernado Botero nasceu em 1932 na cidade de Medellin, Colômbia, mas mudou-se para Bogotá com 19 anos. Embora o expressionismo abstrato lhe interessasse, buscou inspiração no renascentismo Italiano.

O gosto por pinturas 'grandes' e 'gordas' começou a ser experimentada com a criação do volume nas obras, expandindo as figuras e comprimindo o espaço em torno delas, uma qualidade que continua explorando ao pintar retratos de grupos imaginários ou paródias sobre o trabalho de mestres famosos.

Suas esculturas monumentais podem ser admiradas nas avenidas mais prestigiadas do mundo, enquanto suas telas batem recordes de venda. Nas obras satíricas de Fernando Botero, políticos, militares e religiosos, músicos e a realeza, são retratados com figuras sem movimento com um grande toque de humor.