Disponibilidade para prestar apoio emocional às pessoas que, por algum motivo, precisam desabafar. Esse é o principal objetivo do CVV (Centro de Valorização da Vida), que possui três postos de atendimento no Grande ABC. Este ano, a unidade de Santo André completa 30 anos. Em dezembro, a Prefeitura realizará uma cerimônia para homenagear os cerca de 50 voluntários do posto.

Há 11 anos voluntário do CVV, o comerciante Robert Gellert, 53 anos, porta-voz do posto de Santo André, guarda diversas lembranças na memória. Apesar de manter o compromisso de sigilo absoluto com a pessoa que procura ajuda no CVV, o voluntário lembra de momentos emocionantes. "Uma vez estava fazendo um plantão e uma pessoa ligou para agradecer o apoio que tinha recebido há mais de ano. Fiquei muito feliz", diz Gellert com lágrima nos olhos.

Segundo o voluntário, os motivos que fazem uma pessoa procurar o CVV são os mais variados. "Às vezes a pessoa precisa dividir uma alegria com alguém. Outras ligam para desabafar. A pessoa fala quanto quer e o que quer. É uma oportunidade de ela se conhecer", afirma. O atendimento no CVV é ininterrupto. "O desespero e a alegria não têm hora para chegar."

As épocas que as pessoas mais procuram o CVV são Natal, Ano-Novo, Dia dos Pais e Dia das Mães. "As datas festivas para uns podem ser as piores para outros. Nesse período, reforçamos a equipe do plantão", diz. Normalmente, o voluntário se compromete a fazer quatro horas semanais de atendimento.

Telefonemas – À época da inauguração, em 1975, o posto prestava uma média de 2,4 mil atendimentos pessoais, recebia mais de 8 mil telefonemas e respondia cerca de 100 cartas por ano. Na década de 90, esse número saltou para 30 mil atendimentos telefônicos. Atualmente, além do telefone, que continua sendo o meio mais utilizado pelos usuários, as pessoas podem solicitar ajuda através da internet. No Brasil, o número de telefonemas ultrapassa 1 milhão por ano.

As pessoas que se interessarem em ser voluntárias do CVV podem procurar o posto para fazer o curso, que acontece a cada três meses. São 12 horas de aulas teóricas e 11 sessões práticas.