Única unidade em funcionamento da Fundação Casa (antiga Febem) no Grande ABC está vazia desde agosto. O internato de Mauá, construído há quatro anos, está passando por reformas estruturais e hoje os 56 internos cumprem medida em instalação do órgão no Brás, na Capital.

A fundação de Mauá custou aproximadamente R$ 1 milhão e até o momento o governo estadual não avaliou os custos da reforma. A conclusão da reforma está prevista para janeiro.

O presidente do GT (Grupo de Trabalho) Movimento Criança Prioridade 1 do Consórcio Intermunicipal, Ariel de Castro Alves, não foi informado sobre a transferência dos menores.

Ariel disse que vai cobrar a presença de representantes da Fundação na próxima reunião do GT, no dia 22. "No início do ano constatamos muitos problemas de infiltração na unidade, principalmente em dias de chuva", lembrou o presidente.

Segundo a Fundação, o prédio foi entregue com falhas na estrutura, identificadas neste ano.

A empreiteira responsável foi acionada para assumir a reforma. O acordo com o Estado não foi firmado e agora a instituição vai cobrar os valores dos reparos por meio de ação judicial.

No momento, está sendo produzido laudo técnico com o orçamento da reforma na entidade.

Familiares sem condições financeiras para visitar os internos na unidade do Brás recebem auxílio da Fundação.

Até o momento, nenhuma família de Mauá recorreu ao benefício, oferecido em todos os internatos do Estado.

ONG - Em abril o contrato de gestão integrada da unidade de Mauá foi rescindido pelo governo estadual.

O atendimento aos jovens era feito em conjunto à Sabajazac (Sociedade Amigos do Bairro Jardim Zaíra e Áreas Circunvizinhas).

Na época, a fundação alegou que a ONG (Organização Não-Governamental) possuía problemas na prestação de contas.

Até o momento o Estado não firmou convênio com outra instituição. Mas alegou que possui equipe psicológica e pedagoga para atender os adolescentes.

O assunto também vai entrar na pauta do GT Criança Prioridade 1. Contudo, Ariel esclareceu que cabe à Fundação Casa escolher o modelo de gestão para a unidade.

Obra do Estado em S.Bernardo sofre atraso

O governo do Estado adiou a entrega da unidade de internação da Fundação Casa (antiga Febem) de São Bernardo. A previsão era de que o internato recebesse 112 menores infratores do município em dezembro.

A instituição informou que a conclusão da obra depende das ligações de esgoto, que estão sendo executadas. A data foi remarcada para meados de janeiro. Hoje, os adolescentes cumprem medida em centros da Capital.

As duas unidades, que custam mais de R$ 8 milhões, vão funcionar no b airro Batitistini, na Estrada da Servidão. O terreno pertencia ao Sindicato dos Cegonheiros, que utilizava o local como pátio de estacionamento.

A fundação está erguendo dois prédios para receber 56 jovens cada - 40 em regime de internação e 16 em internação provisória.

Em Santo André, o Estado também prevê a entrega de dois internatos para fevereiro. O edital para convocação da empreiteira foi publicado no sábado. A fundação estima que a concorrência seja finalizada em dois meses.

No município, a fundação vai construir no terreno vizinho ao CDP (Centro de Detenção Provisória), no bairro Santa Maria. A estimativa é que cada edifício custe R$ 4,4 milhões.

Somente em Diadema as conversas entre governos municipal e estadual sobre a unidade não avançaram.

O terreno em discussão está localizado na altura do Km 13 da Rodovia dos Imigrantes, próximo ao Antigo Clube da Turma e Parque do Paço Municipal.

ESTRUTURA - Todas as unidades possuem a mesma arquitetura com três pisos, salas de aula e recreação, dormitórios, consultórios médico e odontológico e uma quadra poliesportiva (no último andar). A segurança é feita por meio de câmeras digitais.