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O Dono do Apito

O Museu do Futebol, em São Paulo, exibe a exposição Será
que foi, seu juiz?, em que mostra a difícil tarefa dos árbitros

Bruna Gonçalves
Do Diário do Grande ABC
13/01/2013 | 07:00
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Orlando Filho


Na partida de futebol ele pode ser o maior vilão, pelo menos na opinião de jogadores, técnicos e torcedores. Basta uma distração ou má interpretação para todos reclamarem. Na verdade, mesmo que não aconteça nada errado, alguém sempre apontará falhas no seu trabalho. Adivinhou quem pensou no árbitro!

Mas agora, ele será defendido. A exposição Será que foi, seu juiz?, no Museu do Futebol, em Sampa, mostra por meio de vídeos, fotos e textos como é complicado ficar atento aos lances de 22 jogadores correndo durante 90 minutos. Para Gabriel Carvalho da Silva, 11 anos, de Embu das Artes, o trabalho não é tão fácil como imaginamos. "É muita responsabilidade. Deve ser difícil saber tudo o que acontece."

Na exposição a gente aprende que, além do tamanho do campo (mede até 120 metros de comprimento) e da velocidade das jogadas, o juiz enfrenta outro grande obstáculo: a ciência. A ilusão de ótica (que engana a visão) é capaz de interferir nas decisões dele. Muitas vezes o que parece real não é.

A interpretação do árbitro depende, por exemplo, do ângulo em que ele está no campo. Assim, para evitar erros, corre na diagonal, visualizando melhor o caminho da bola. A mostra também traz um pouco da história da profissão e situações polêmicas. Há ainda brincadeiras que fazem o visitante sentir-se como o juiz.

Diogo Guilherme Barbosa, 7, do Mato Grosso, e Moari Brosig, 12, de Goiás, aproveitaram as férias em São Paulo para visitar o espaço. "Como gosto de futebol me diverti e aprendi bastante", afirma Diogo. "Achei curioso que, dependendo da posição do juiz, o jogador parece estar em lugar diferente", diz Moari.

Após ver a exposição, a gente começa a pensar melhor antes de reclamar do juiz!

ONDE ­- Será que foi, seu juiz? no Museu do Futebol (Praça Charles Miller, tel.: 3664-3848), Estádio do Pacaembu, em São Paulo. Terça a domingo, das 9h às 17h. Ingresso: R$ 3 e R$ 6 (quinta é grátis). Até 7 de abril.

 

Saiba Mais

A Fifa testou pela primeira vez a bola com chip no Mundial de Clubes, em dezembro, no Japão. A tecnologia permite a transmissão de dados sobre a localização da gorduchinha, contribuindo nos lances em que há dúvidas. Deve ser utilizada em jogos oficiais, como na Copa das Confederações, que ocorre neste ano, e na Copa do Mundo, em 2014.

Em 1968, um árbitro colombiano expulsou Pelé durante partida entre Santos e a seleção olímpica da Colômbia. Os torcedores começaram a vaiar a atitude do juiz até que ele foi substituído por um dos bandeirinhas, e o jogador voltou ao campo.

O spray usado para marcar onde a barreira deve ficar na cobrança de falta foi criado pelo mineiro Heine Allemagne, em 2000. O produto biodegradável, inspirado na espuma de barbear, dura até um minuto sobre a grama. A Fifa aprovou o recurso em 2012.

O primeiro registro que mostra a existência de um juiz foi feito em 1688 na Itália, onde se praticava o calcio fioretino (avô do futebol). Chamado maestri de campo, tinha a responsabilidade de manter a paz e realizar julgamentos nas disputas. Já no futebol moderno, invenção dos ingleses, ele surgiu em 1891, mas não tinha poder de decisão. Só três anos depois começou a ter autoridade e a marcar pênaltis e faltas.

 

Consultoria de Leonel Kaz, curador do Museu do Futebol, Marcos Duarte, físico e autor do livro Física do Futebol, e Marco Antonio Martins, presidente da Associação Nacional de Árbitros de Futebol.

 

 




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