Economia Titulo Segunda queda
Veículos e vestuários pressionam recuo do IPV

Liquidações fazem índice apurado pela Fecomercio recuar 0,2% em comparação a dezembro do ano passado

Por Michele Loureiro
Do Diário do Grande ABC
17/02/2009 | 07:00
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As ofertas de veículos nas concessionárias e as liquidações dos setores de vestuário e eletroeletrônicos levaram o IPV (Índice de Preços no Varejo), calculado pela Fecomercio (Federação do Comércio do Estado de São Paulo), a registrar a sua segunda queda consecutiva. Em janeiro, o índice recuou 0,2%, na comparação com dezembro, quando já havia caído 0,04%, ante o mês de novembro.

O segmento de veículos registrou redução nos preços de 3,46%, enquanto o setor de vestuário, tecidos e calçados recuou 0,71%, e o de eletroeletrônicos, 0,74%. "Apesar das quedas, ainda não podemos assegurar que existe uma tendência de redução para os próximos meses. Houve um realinhamento dos preços", avalia Julia Silveira Ximenes, economista da Fecomercio.

Na contramão destas reduções registraram alta nos preços os segmentos de supermercados (0,40%), feiras (2,12%), drogarias e perfumarias (0,79%), móveis e decorações (0,63%) e eletrodomésticos (1,03%).

O aumento verificado nos alimentos - cuja representatividade no IPV chega a 40% - foi motivado pela instabilidade climática. "Houve uma menor oferta de produtos no varejo e consequente alta de preços por excesso e escassez de chuva. É o caso do trigo consumido no Brasil que vem da Argentina. Lá, a seca prejudicou a safra do produto e afetou o abastecimento", completa a economista.

Para os próximos meses, a expectativa é de que os produtos alimentícios continuem influenciando o aumento no índice geral, mas em proporções inferiores às registradas em 2008, pois não há pressões de custos agrícolas. "Por outro lado, o excesso de chuvas pode agravar o andamento de algumas safras e é possível que os produtos in natura ainda sejam afetados", diz a pesquisadora da Fecomercio.

VEÍCULOS - O mês de janeiro representou a quarta queda consecutiva do grupo veículos. O setor, que teve uma trajetória de venda aquecida ao longo de 2008, começou a demonstrar sinais de retração a partir de setembro, com os desdobramentos da crise atual.

"Com o recuo das vendas e o encurtamento de prazos para financiamento, houve excedente de oferta e grande parte das montadoras concedeu férias coletivas com o objetivo de reduzir estoques. Aliado a isto, a redução de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para modelos populares fez com que os preços caíssem", afirma Julia.




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