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Leões cobrirá Folia com manto vermelho
Por Andressa Dantas
Especial para o Diário
01/02/2013 | 07:00
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Após voltar para o grupo principal no ano passado, a Leões do Vale, de Santo André, buscou a proteção dos guerreiros, tanto religiosos como os ficcionais, para disputar o título no dia 10.

O enredo Todos Guerreiros Vestem Manto Vermelho é baseado nas vestimentas de religiosos como Moisés (personagem bíblico que livrou os hebreus da escravidão egípcia através da fuga pelo Mar Vermelho), guerreiros africanos e orixás, além de heróis das histórias como Mulher Maravilha, Super-Homem, Chapeuzinho Vermelho e até mesmo o Chapolim Colorado.

A ideia da agremiação é levar para o sambódromo a força e a coragem através da representação desses guerreiros para conquistar o título. "Nosso samba fala dos guerreiros e seus mantos de proteção. Faremos alusão aos maias, aos cavaleiros templários, a São Jorge e todos os heróis que podem nos dar força e proteção na avenida", contou a diretora do barracão, Elenice das Dores de Lima, 52.

Diferentemente do que é comum nos desfiles de Carnaval, a ala das baianas não terá fantasias típicas. As vestimentas das mulheres foram inspiradas nas personagem dos contos de fada Chapeuzinho Vermelho. O Lobo Mau também participa da Folia.

A ala infantil dá espaço para os heróis do imaginário das crianças e as fantasias são baseadas nos personagens das histórias em quadrinhos e da televisão.

O abre-alas leva o leão (símbolo da escola) e Moisés. A segunda alegoria carrega a proteção de São Jorge e seu cavalo, seguida do último carro, que terá o Papai-Noel e seus ajudantes, que são uma espécie de guerreiros da felicidade.

Desde agosto, cerca de 20 voluntários trabalham diariamente para a confecção de fantasias e carros alegóricos. "Já está praticamente tudo pronto. Agora estamos nos dedicando à finalização dos adereços das cabeças", destacou Elenice.

A produção das fantasias não reutilizou material de outros anos ou doados por escolas. Foi tudo feito artesanalmente para a Folia. "Fizemos cada um dos detalhes com muito carinho", lembrou a diretora social, Marli Guizze, 55. Ainda há vagas para participar do desfile.


Órfão tem escola como família adotiva

O ritmo e o som do repique, das cuícas, bumbos e tantos instrumentos que compõem a bateria de uma escola de samba são os responsáveis pela paixão de Olimar Nascimento, 28, pela Folia.

Aos 10 anos de idade fugiu de casa para assistir a um ensaio. "Aquele som parecia que me chamava. Cada batida em compasso com o coração traz energia enorme. E quando somos crianças, parece que a emoção é ainda maior", lembrou.

Ainda menino, Nascimento ficou órfão e encontrou na Leões do Vale a família que não tinha mais em casa.

"Depois que meus pais morreram, foi aqui que recebi colo, carinho, broncas e dei muita risada. Cresci aqui, em meio ao samba", revelou.

Em 18 anos de escola, já foi componente de ala infantil, destaque, comissão de frente, ritmista e aderecista.

"Atualmente me dedico aos adereços das fantasias e à bateria. De lá não saio por nada", brincou.

As fantasias são desenhadas pelo carnavalesco da escola, Lucas Pinto, que também é integrante da carioca Grande Rio, e depois são confeccionadas nos mínimos detalhes por Nascimento.

"Colocar em prática os desenhos das fantasias é como transformar sonho em realidade."




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