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Unidade que receberá cubano tem apenas um médico

Profissional atenderá no Jd.Ana Maria, em Santo André; demanda é de 8.644 pessoas

Por Natália Fernandjes Do Diário do Grande ABC
05/11/2013 | 07:07
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Nario Barbosa/DGABC


A US (Unidade de Saúde) Jardim Ana Maria, em Santo André, passará a contar com dois médicos a partir de quinta-feira. Isso porque o local receberá um dos sete profissionais cubanos enviados ao município que integram o programa Mais Médicos, do governo federal.

Responsável pelo atendimento a aproximadamente 30 pessoas por dia, a unidade está desde o início do ano com apenas um profissional. Com isso, apresenta fila de espera de cerca de um mês para agendamento de consultas. A expectativa é estabilizar o cenário até o início do próximo ano, reduzindo o prazo para uma semana.

Na tarde de ontem, a comunidade, liderada pelo frei franciscano Luiz Favaron, da Paróquia Santa Gemma Galgani, recepcionou os sete cubanos que chegaram à cidade na semana passada.

A US do Jardim Ana Maria funciona em casa alugada, na Rua Otávio Mangabeira, 331, desde 2006. Apesar de improvisado e pequeno para atender a demanda de pacientes, o espaço conta com duas equipes de Saúde da Família, compostas por médico, enfermeiro, auxiliar de enfermagem e agentes de Saúde. A recomendação do Ministério da Saúde é para que haja um grupo para cada 4.000 pessoas. No caso do Jardim Ana Maria, os profissionais serão responsáveis por atender 8.644 pessoas, a maioria idosos. São 1.153 hipertensos e 376 diabéticos.

O médico Pedro Orlando Rodrigues Palacio, 49 anos, começará a trabalhar no local na quinta-feira. Formado pela Faculdade de Ciências Médicas de Holguin, em 1991, o profissional já atuou na Venezuela, por quatro anos, e na Bolívia, por dois. Segundo ele, a infraestrutura de trabalho não difere muito da já observada nos outros países. “O que mais me impressionou foi o acolhimento das pessoas. Acredito que farei um bom trabalho” destaca.

Para o médico, a principal dificuldade não é a saudade da mulher e dos dois filhos, mas sim o idioma. “Consigo entender o português, mas é difícil falar”, ressalta. O profissional já tem lista de pacientes acamados para visitar, atividade tida como prioridade.

Por parte da população, a língua não atrapalha. “A gente tinha um médico boliviano, que foi para a Unidade de Saúde do Parque Novo Oratório, e estamos acostumados com o sotaque”, observa a dona de casa Delzuita Nunes, 53. A moradora do bairro faz acompanhamento na por ser hipertensa e está desde outubro aguardando agendamento de consulta.

Na visão da dona de casa Maria da Piedade Ferreira, 60, o importante é ter médico. “Não faz diferença se é brasileiro ou cubano, o que importa é se ele é eficiente”, diz. Segundo ela, basta ter paciência para que médico e paciente se compreendam. “Se a gente não entende o que ele diz a gente pergunta de novo”, completa.

 

Rede básica da região passa a ter 24 profissionais do Exterior

O Grande ABC passa a ter 24 médicos cubanos na rede básica de Saúde a partir desta semana. Os profissionais foram enviados pelo governo federal, por meio do programa Mais Médicos. São sete clínicos em Santo André, sete em São Bernardo, seis em Mauá, três em Ribeirão Pires e um em Rio Grande da Serra.

Em Santo André, eles atenderão nas unidades do Jardim Santo André, Recreio da Borda do Campo, Vila Linda, Jardim Ana Maria, Jardim Irene 1 e Jardim Carla.

Os seis cubanos de Mauá irão trabalhar nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde) do Parque das Américas, Jardim Feital e Jardim Zaíra 1 e 3.

Já em São Bernardo, os sete médicos serão direcionados para as UBSs Jardim Represa, São Pedro, Orquídeas, União, Nazareth e Finco.

Antes de começarem a atender, os cubanos participarão de integração, quando conhecerão os serviços existentes na rede municipal e receberão orientações sobre os fluxos na atenção básica. A região conta com outros quatro profissionais do programa, sendo três brasileiras formadas no Exterior e um mexicano.

 

As prefeituras são responsáveis pelos custos de hospedagem ou repasse do aluguel, além do auxílio-alimentação e vale-transporte. O repasse mensal de R$ 10 mil é custeado pelo Ministério da Saúde.




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