Economia Titulo Investimento
Imóveis valorizam mais do que inflação

São Caetano teve alta média de 1,3%, enquanto preços às famílias subiram em torno de 0,48%

Pedro Souza
do Diário do Grande ABC
05/11/2013 | 07:07
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A valorização imobiliária no Grande ABC deu sinais de continuidade em outubro. Mesmo em cenário desaquecido de alta nos preços, como disse o presidente do Creci-SP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis), José Augusto Viana Neto, os valores dos imóveis usados anunciados expandiram mais que o dobro da inflação do mês passado.

O avanço médio dos preços atingiu até 1,3% em relação a setembro, caso do mercado imobiliário de São Caetano. Em São Bernardo, os proprietários aumentaram em 1,1% os custos. E, em Santo André, 0,9%. As informações são do Índice FipeZap de Preços de Imóveis Anunciados, da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), em parceria com o site Zap Imóveis.

No mesmo período, o indicador que mais se aproxima da realidade da região, o IPC-Fipe (Índice de Preços ao Consumidor), mostrou inflação de 0,48% em outubro para as famílias da Capital.

O gestor do Inpes/USCS (Instituto de Pesquisas da Universidade Municipal de São Caetano), Leandro Prearo, destacou o motivo para que o IPC-Fipe seja referência para a inflação da região. “Por incrível que pareça, o Grande ABC é sociodemograficamente muito parecido com a configuração do município de São Paulo.”

Bom para os proprietários que querem vender os imóveis. “É um resultado expressivo, tendo em vista que gerou valorização real”, opinou o coordenador do indicador e pesquisador da Fipe, Eduardo Zylberstajn.

Diretora adjunta da regional do SindusCon-SP (Sindicato da Construção Civil do Estado de São Paulo) do Grande ABC, Rosana Carnevalli pontuou que a valorização realmente não parou, principalmente dos usados. O menor número de lançamentos tem gerado redução na oferta de novos, abrindo espaço para os usados. “O Grande ABC tem muita demanda. Principalmente por imóveis na faixa de R$ 300 mil”, garantiu. “Vai continuar valorizando, já que não teremos tanta oferta. E os usados se destacam neste cenário. Quem comprou e vai vender vai se dar bem”, finalizou.

Viana Neto, do Creci-SP, lembrou que, mesmo com a realidade do indicador, que se baseia nos anúncios, o comprador normalmente consegue desconto no imóvel durante a negociação. Zylberstajn, por sua vez, lembrou que a variação mostra, realmente, acomodação na valorização geral. “Tivemos, em anos antes, aumentos bem maiores.”

Carne impulsiona IPC-Fipe para aumento moderado

A inflação para as famílias moradoras da Capital atingiu 0,48% em outubro. Este foi o maior resultado desde janeiro, quando a média de incremento nos preços dos produtos e serviços às famílias foi de 1,15%. Porém, é quase a metade do registro do décimo mês de 2012, de 0,80%.
“Foi um resultado moderado, tendo em vista a sazonalidade do mês”, avaliou o coordenador do IPC-Fipe (Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), Rafael Costa Lima.

As carnes foram as vilãs do bolso dos consumidores. As bovinas encareceram 5,91% e, as aves, 7,01%. Desta maneira, o grupo de despesas com o maior peso no indicador, de alimentação, subiu 1,20%.

Lima explicou que o período é de cultura de confinamento, para o gado, o que encarece o produto. “E as aves sofrem impacto dos preços do milho, que subiram pela alta do dólar.”
 




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