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Idosos sedentários perdem força muscular

Pesquisa feita em São Caetano aponta diminuição de 26% na capacidade em membros inferiores

Por Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
30/10/2013 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Idosos que passam grande parte do tempo assistindo televisão apresentam perda da força muscular. É o que aponta pesquisa feita em São Caetano pela Secretaria de Estado da Saúde e o Celafiscs (Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul). Participaram do estudo 159 pessoas com idade média de 74,2 anos.

Durante a elaboração do levantamento, os participantes utilizaram um aparelho chamado pedômetro, que faz a contagem dos passos dados durante o dia. O equipamento só podia ser retirado durante o banho e para dormir.

Em uma semana, foi registrada média de 9.957 passos dados e de 432,9 minutos em frente ao televisor. Isso equivale à cerca de sete horas diárias assistindo à telinha. Após testes de aptidão física e a comparação do tempo parado com a força dos membros inferiores apontou diminuição da capacidade muscular em 26%.

“O músculo precisa ser estimulado. Quando ele não é usado, atrofia. É a lei do desuso. O músculo está lá, mas com menos força”, comenta profissional de Educação Física Timóteo Araújo, presidente do Celafiscs. O especialista salienta que os impactos do sedentarismo são observados em pessoas de qualquer faixa etária, mas em idosos os efeitos são ainda mais agressivos.

Para manter a força, Araújo recomenda no mínimo 30 minutos diários de atividades aeróbicas, como a caminhada, por exemplo. Em dois dias da semana, pelo menos, é indicada a realização de exercícios de fortalecimento muscular.

Os resultados começam a aparecer em pouco mais de 12 semanas. “O idoso vai ter mais autonomia, ou seja, vai conseguir fazer sozinho atividades como levantar da cadeira, pegar objetos e se vestir. Além disso, evita-se o risco de queda, já que a pessoa terá mais facilidade para ficar em pé”, explica.

O casal de aposentados Bolívar de Souza, 80 anos e Thereza Finotti, 78, providenciou um jeito agradável de se cuidar e garantir a diversão. Eles frequentam os bailes realizados no Cise (Centro Integrado de Saúde e Educação da Terceira Idade) João Nicolau Braido, no bairro São José, em São Caetano.

“Dançar melhora muito a nossa saúde. Se não fosse isso, acho que já teríamos ido embora”, brinca Thereza. Para Souza, a festa é uma ótima oportunidade de cultivar amizades e, claro, namorar.

O presidente do Celafiscs apoia a dança como atividade física. “É aeróbica. Além disso, mexe com a questão do ritmo e da coordenação.”

Além da dança, o Cise oferece hidroginástica, basquete, vôlei, bocha e bilhar, além de manicure, atendimento médico e aulas de cinco idiomas (português, inglês, francês, alemão e italiano). Todas as atividades são gratuitas e voltadas para pessoas com mais de 50 anos. O coordenador do espaço, José Rodrigues Loureiro, estima que cerca de 1.000 pessoas passem pelo local diariamente. A piscina, frequentada por 600 idosos, é o carro-chefe. A cidade tem outros três centros para a terceira idade, nos bairros Santa Paula, Nova Gerty e Olímpico.




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