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As asas da borboleta e a nuvem tóxica
Wilson Marini
da APJ
30/09/2013 | 07:00
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“Uma borboleta em Araçatuba pode provocar uma tempestade em Piracicaba”. Frases figuradas desse tipo costumam ser ditas em encontros acadêmicos da área de meteorologia para ilustrar como pequenos eventos somados podem provocar grandes consequências. Os sistemas naturais são tão complexos e dinâmicos que não se pode menosprezar nem mesmo o simples bater de asas de uma ingênua borboleta. E quando o ‘efeito borboleta’ é uma gigantesca nuvem de fumaça tóxica como a que percorre o litoral brasileiro no momento? É hora de avaliar o quanto a cidade em que se vive está integrada a uma teia bem mais ampla. E perguntar: a Defesa Civil está preparada para atuar em casos de tragédias ambientais desse porte, ainda que tenham origem em outras regiões? Vale a pena refletir sobre as lições da semana passada em Santa Catarina.

No litoral

Técnicos governamentais entraram em estado de alerta na noite de terça-feira com a explosão de parte de uma fábrica de fertilizantes em São Francisco do Sul, litoral catarinense. Quando os poluentes foram vistos na Baixada Santista, ainda que em proporções pequenas, a Cetesb apressou-se em evitar o pânico ambiental e garantiu que não há motivos para preocupação. Também o Inpe, de São José dos Campos, manifestou-se na mesma linha. Mas não é uma fumacinha qualquer, tanto que foi vista em imagens de satélite da Nasa.

Em tempo

Antes que os ânimos ambientalistas pudessem ser acalmados pelas instituições oficiais, houve momentos de tensão no Litoral paulista. A pluma de nitrato de amônia avançou pelo litoral paranaense e atingiu primeiramente a região de Cananéia e Iguape, no Litoral Norte, e depois chamou a atenção de observadores mais atentos até na região de Paraty e Angra dos Reis, em território fluminense. Na sexta-feira, a mancha se aproximava do Espírito Santo. Mesmo não oferecendo riscos à saúde pública, não faltaram advertências de cautela devido ao poder de potencialização dos poluentes por meio de um ciclone extratropical. “Todo cuidado é pouco, pois crianças pequenas, idosos e pessoas com problemas de rinite e asma são mais sensíveis”, alertou o diretor científico da ONG Amigos das Águas, o especialista em geologia ambiental Rodolfo Bonafim.

Se a moda pega...

As redes sociais divulgaram os horrores do comércio na China de chaveiros com animais vivos. Antes que a mania eventualmente chegue ao Brasil, o deputado estadual Feliciano Filho (PEN) quer cortar a ideia pela raiz. Ele quer emplacar lei que proíba a distribuição de animais vivos, bem como a sua exposição, utilização e transporte “em situações que provoquem maus-tratos”. Os animais destinados à venda não poderão ser mantidos em locais inadequados ao seu porte, sem água, comida e condições de higiene, prevê.

Faturas explícitas

A Assembleia Legislativa aprovou projeto de lei que obriga a inclusão de dados cadastrais dos usuários nas faturas das empresas prestadoras de serviços públicos do Estado de São Paulo: nome e endereços completos com CEP, CPF e/ou CNPJ. O motivo é que para comprovação da residência do consumidor, empresas costumam valer-se de contas de faturamento de água, esgoto, gás, telefone e energia elétrica. Mas nem todas as concessionárias preocupam-se em incluir os dados completos. Daí o projeto de autoria do deputado Orlando Morando (PSDB), que segue agora para sanção do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Algo tão óbvio e aparentemente simples e de grande utilidade ao cidadão no dia-a-dia, precisava de uma lei para se tornar realidade?

Parquinho de preocupação

A areia onde muitas crianças se divertem pode não ser tão inofensiva quanto aparenta. O monitoramento mensal de sua qualidade poderá passar a ser exigido em todo o Estado se o governador Geraldo Alckmin (PSDB) sancionar projeto de lei aprovado pela Assembleia Legislativa nesse sentido. Proprietários, locatários, arrendatários ou possuidores de imóveis públicos ou privados que mantêm caixa de areia disponível à recreação ou lazer serão obrigados a realizar análise do equipamento e exibi-los publicamente. O objetivo é evitar a areia contaminada que pode expor crianças a riscos de saúde devido a existência de bactérias, fungos e parasitas.

Números do IBGE

Os dados são da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) do IBGE. Em 2012, 83 milhões de pessoas com dez anos ou mais declararam ter acessado a internet; um ano antes, o número era de 77,7 milhões. E mais: 42,4% dos domicílios do País tinham automóvel (ante 40,9% em 2011) e 20% tinham motocicleta (19,1% em 2011). Os aparelhos de televisão passaram de 96,9% para 97,2% dos domicílios no mesmo período e a proporção de imóveis residenciais privados permanentes que tinham apenas telefone celular passou de 49,7% para 51,4% – pela primeira vez, mais da metade do total.




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