Todos os anos cerca de 800 mil pessoas se suicidam no mundo, de acordo com com dados divulgados em 2015 pela OMS (Organização Mundial da Saúde). No Brasil os números chegam aos 11 mil, como mostra o primeiro boletim epidemiológico sobre o assunto, publicado pelo Ministério da Saúde no ano passado. 

A OMS aponta ainda que mais de 90% dos casos estão associados a distúrbios mentais. E é exatamente por esse motivo que a diretora Iris Gomes da Costa decidiu escrever Águas de Mim, espetáculo que, de maneiras lúdica e poética, busca discutir o suicídio, além de levantar debate e propor reflexão sobre os tratamentos impostos para pessoas com algum tipo de distúrbio mental. 

Interpretado por Camilla Carandino, o monólogo chega à Casa Aguinaldo Silva de Artes (Rua Major Sertório, 476), em São Paulo. A temporada, que vai até 27 de setembro, terá apresentações todas as quintas-feiras, às 20h30. O ingresso custa R$ 40 e pode ser comprado no site www.ingressorapido.com.br.

“A peça tenta desmistificar a doença mental e o fato de ser tratada como tabu. Acreditamos que falar sobre esses assuntos e compartilhar informações é importante para mostrar às pessoas que é possível pedir e oferecer ajuda”, explica a atriz Camilla Carandino. ‘Falar é a melhor solução’, como diz o slogan do Setembro Amarelo.” Inclusive, o CVV (Centro de Valorização da Vida), que criou a campanha, promoverá, a partir do dia 23, após as apresentações, rodas de conversas sobre saúde mental. 

A montagem, que surgiu a partir de questionamentos sobre a forma de tratamento dada aos pacientes com transtornos mentais, bem como os procedimentos para diagnosticar o problema, discute também abordagens mais humanizadas. “Não é porque a pessoa sofre com o problema que tem de se isolar da sociedade, ela precisa de tratamento, como qualquer outra doença. Isso pode ajudá-la a ter uma vida melhor”, finaliza Camilla.