Executivos da área hoteleira do Grande ABC comemoram a inclusão de Santo André e São Bernardo na nova lista da Fifa de possíveis cidades-base que podem receber seleções da Copa do Mundo de 2014. Com bom nível de ocupação dos hotéis - que gira em 80%, em média - e investimentos para aprimorar o atendimento aos turistas, o segmento se prepara para as oportunidades de negócios com o evento.

É o caso do Park Plaza, de São Bernardo. O hotel tem 165 quartos, dos quais 115 em operação e o restante em reforma, devendo ficar prontos em breve. O estabelecimento também reforça suas opções de serviços. A partir de junho, terá um concièrge, funcionário treinado para atender a solicitações específicas dos hóspedes, como reservas em shows, em restaurantes, tour pela cidade, locação de carros etc. Além disso, passará a oferecer pacotes de passeios, para pontos turísticos na cidade e na Capital, para melhorar a ocupação nos fins de semana.

A gerente geral do hotel, Catherine Worms, destaca característica comum ao segmento no Grande ABC: a força do turismo de negócios, de executivos que vêm à região durante a semana, para congressos, feiras e outras atividades e vão embora no fim de semana.

Catherine se anima com as perspectivas da Copa. O Park Plaza vai receber, nos próximos dias, representante da Match Events, agência oficial de turismo da Fifa, que vem conhecer a estrutura hoteleira para verificar a possibilidade de formalizar São Bernardo como subsede do Mundial.

O hotel, que tem piscina, sala de ginástica, quadra, 12 salas de eventos (para até 300 pessoas) e restaurante, entre outros atrativos, tem experiência em receber equipes esportivas, de futebol e voleibol, por exemplo. "Já recebemos também a seleção paraolímpica", acrescenta. Quase anexo, outro estabelecimento, o Park Suits, com 104 apartamentos no conceito de flats, reforça o atendimento aos turistas.

OUTRAS REDES - Na região, há ainda redes de hotéis como Ibis (em Santo André, com 180 quartos), Mercure (177 apartamentos nas duas possíveis cidades-base) e Plaza Mayor. Este último, no centro de Santo André, e que tem 87 quartos e salão de convenções para 500 pessoas, a taxa de ocupação também é maior de segunda a quinta. Gira em 90% nesses dias e cai para 70% no fim de semana, por causa do perfil dos hóspedes, em grande parte executivos.

O diretor do Sehal (Sindicato de Hospedagem e Alimentação do Grande ABC), Carlos Roberto Moreira, considera que o número de opções de hotelaria não é muito grande. No entanto, avalia que isso não impossibilita receber as seleções. "E será muito útil para os bares e restaurantes. Todo o comércio será beneficiado", diz.

Faltam incentivos e financiamento, diz sindicato do setor

A região tem boas opções de hotéis, com pessoal qualificado - por exemplo, recepcionistas bilíngues e trilíngues, chefes de cozinha e mâitres com experiência internacional -, mas poderia ter mais estabelecimentos. Para o diretor do Sehal, Carlos Roberto Moreira, para que isso ocorresse, no entanto, precisaria haver incentivos.

O dirigente considera que seria importante, por exemplo, estímulos como a redução do ISS (Imposto sobre Serviços) e linhas de financiamento do BNDES, para justificar investimentos em novos empreendimentos.

Ele acrescenta que não adianta construir hotéis para eventos específicos como a Copa, para aproveitar o aumento da demanda, e depois que a competição acabar, o investidor correr o risco de ver a procura cair.

Moreira faz essas observações, mas é otimista em relação aos bons resultados com o Mundial. Ele é proprietário do Hotel Rudge Ramos, no bairro de mesmo nome em São Bernardo, e seu estabelecimento, com 70 quartos, passa por ampliação. Ganhará 20 nos próximos meses.