Os mauaenses atravessam um dos momentos mais complicados de sua história. As idas e vindas no comando da cidade paralisam, geram incertezas e proporcionam situações vexatórias e humilhantes aos cidadãos.

Há nove meses o município vive sequência de escândalos desencadeada a partir da primeira prisão do prefeito Atila Jacomussi, pela Polícia Federal, acusado de desviar verbas da merenda e na compra de uniformes para alunos da rede municipal.

A vice, Alaíde Damo, tomou posse e colocou gente de sua confiança em postos-chave do governo, mas foi apeada da cadeira quando Atila conseguiu a liberdade e a autorização para retomar o posto para o qual foi eleito. Iniciou-se mais um êxodo no Paço Municipal.

Mas como nem tudo é perfeito, eis que em dezembro a Polícia Federal novamente acordou o prefeito e o levou para a cadeia, desta vez acusado de pagar Mensalinho para quase todos os vereadores, além de desvio de verbas de empresas fornecedoras da cidade.

De novo gavetas foram esvaziadas após sequência de exonerações ser publicada no Diário Oficial. Em seguida, novas nomeações foram feitas para preenchimento dos postos vagos.

Sem contar a movimentação na Câmara, que, entre manobras de um lado e outro, deu início ao processo de impeachment de Atila.

Ontem à noite, mais um capítulo da trágica novela foi escrito em Brasília. O ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), pela segunda vez concedeu liberdade a Atila, além de determinar que este reassuma a cadeira de prefeito.

É razoável pensar que a política de Mauá chegará a temperatura próxima ao ponto de ebulição a partir de hoje. Ingredientes não faltam para isso. De volta, Atila certamente reconduzirá seu grupo político ao poder. Ao mesmo tempo, terá de conviver com os trâmites do Legislativo que analisa se ele tem ou não condições de governar. Difícil é prever como terminará este enredo. Bem como o tamanho das consequências que esse imbróglio trará para Mauá e os mauaenses.