As Câmaras do Grande ABC gastam, juntas, R$ 1,8 milhão por ano com despesas com os carros oficiais disponíveis aos vereadores. As despesas englobam aluguéis dos veículos (em alguns Legislativos), seguro, manutenção e combustível. Esse valor leva em consideração o que foi despendido desde o início do exercício e a projeção do que será desembolsado até o fim deste mês, por seis dos sete Parlamentos da região.
Esse tipo de despesa sai mais caro para o contribuinte de Mauá, que banca R$ 708,9 mil por ano para manter o uso de 26 carros, sendo um para cada um dos 23 vereadores (Volkswagen Gols), os outros dois para uso do setor administrativo e um para uso exclusivo da presidência da Câmara (que acumula, portanto, o automóvel do gabinete individual).
Desse total gasto, R$ 45 mil são despendidos por mês pelo Legislativo mauaense para quitar o aluguel desses veículos, tendo em vista que há três anos a Casa optou por não comprar veículos próprios. O contrato foi celebrado em 2015 com a empresa Garloc Transportes, Logística e Locações e já foi renovado por quatro vezes. O montante também inclui R$ 168 mil por ano em gastos com combustível desses automóveis. Pelo fato de os veículos serem de terceiros, as despesas com a manutenção, segundo a direção a Casa, são custeadas pela locadora.
Na sequência dos gastos vem a Câmara de São Bernardo, que desembolsa R$ 636,6 mil por ano com a frota, que também é alugada. Desde o início do ano, o presidente da Casa, Pery Cartola (PSDB), decidiu optar por veículos mais econômicos e fechou contrato com empresa que disponibiliza 28 Chery QQs. Esse valor leva em consideração ainda contrato de abastecimento.
A vantagem do sistema de locação é que não há necessidade de compra dos automóveis nem desembolso com manutenção dos carros.
Na semana passada, o Diário mostrou que a Câmara de Diadema fechou a compra de 21 Volkswagen Voyages zero-quilômetro, pelo valor total de R$ 1,17 milhão. Presidente do Legislativo, Marcos Michels (PSB) alegou que a troca da frota se deu justamente em busca de enxugamento dos gastos. De acordo com o dirigente, só com a manutenção dos veículos que compõem a frota atual (Gols), o gasto chegou a cerca de R$ 200 mil neste ano – além das despesas com combustível.
O Legislativo de Santo André, por sua vez, despende aproximadamente R$ 200 mil por ano com esse tipo de despesa, segundo dados oficiais – são 27 veículos (25 Ford Fiesta; um Peugeot Furgão e um Ford Fusion). Já o Legislativo de São Caetano desembolsou R$ 68,4 mil de janeiro a novembro deste ano com combustível, consertos e o seguro dos 12 automóveis (cinco Astra Sedan 2007/2008; seis Corsa Premium 2010/2011 e um Astra Sedan 2008/2009). Os veículos são próprios.
No início da legislatura, em 2017, a Câmara de Ribeirão Pires decidiu doar parte dos carros oficiais à Prefeitura – ficou com apenas um. No ano passado, porém, adquiriu um segundo veículo para atender a presidência da Casa, um Voyage zero-quilômetro, por R$ 52,9 mil. O gasto com combustível, segundo o dirigente do Legislativo, Rubão Fernandes (PSD), gira em torno de R$ 8.000 por ano. (Colaboraram Raphael Rocha e Fábio Martins)