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Utilitário moderno, mas sóbrio
Por Vagner Aquino
Enviado a Belo Horizonte
05/10/2011 | 07:01
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Com a proximidade do fim do ano, praticamente todos os fabricantes de veículos estão querendo colocar suas últimas novidades nas ruas. E não poderia ser diferente com a Volkswagen. A marca apresentou em Minas Gerais (pela primeira vez na história um evento da montadora de origem alemã foi feito em terras, diga-se, dominadas pela rival Fiat) o novo Tiguan, que toma fôlego para brigar no segmento (bastante disputado) e tentar ultrapassar - em 2011 - as 3.300 unidades que vendeu em 2010.

Antes de falar do test drive, é bom especificar as principais mudanças do carro. Por fora, a Volkswagen mexeu em toda a carroceria, desde a lateral - que incorporou mudanças sutis nas molduras - passando pela traseira, com novas lanternas que abandonaram o formato arredondado e adaptaram linhas horizontais.

Na frente, a Volkswagen não vai além de seguir o DNA da marca, padronizando a dianteira de seus mais recentes lançamentos. Um erro, pois, apesar de ter um bom resultado em termos de beleza, é no mínimo estranho ter um sedã médio ou um utilitário esportivo com a mesma cara de um hatchback - acertou se você pensou no Fox.

O upgrade aqui são os faróis de xenônio acompanhados de 14 luzes em LED (em cada), mas o item é opcional.

Como não poderia deixar de ser, os dois frisos cromados estão lá, na grade dianteira.

Os pneus 235/55 R17, firmes e fortes, calçam as rodas de liga leve com 17 polegadas, que ganharam novo desenho.

 

INTERIOR

Por dentro, as alterações não foram tão grandes. Mérito da agradável ergonomia e funcionalidade do habitáculo.

Além do revestimento especial em tecido, com faixa central de couro Alcantara - em preto, cinza ou bege - o habitáculo traz como principais diferenças em relação ao modelo anterior a nova tela colorida do computador de bordo. Quando o motorista troca a função, a tela escorrega na horizontal, como nos iPads.

Atrás, o assento bipartido pode deslizar 16 cm para a frente, dando mais espaço no porta-malas, além de permitir a inclinação do encosto. É a mescla entre o requinte e a praticidade.

E ainda não foi desta vez que a Volkswagen mexeu na parte mecânica do Tiguan. Continua o mesmo motor 2.0 TSI, movido a gasolina, que gera potência de 200 cv a 5.100 rpm.

Em resumo, o Tiguan manteve suas qualidades, como a posição alta ao dirigir e o generoso espaço interno para os cinco ocupantes, que ficam bem acomodados por conta dos 2,61 metros de entre-eixos. Mas vale dizer que, ao preço de R$ 110 mil (R$ 8.670 mais caro do que a versão anterior, já com o aumento do IPI, pois o modelo vem da Alemanha), o Tiguan vai além disso. Afinal, estamos falando de um SUV com tração integral. Um prato cheio para quem quer brincar um pouquinho na terra.

 

Detector de fadiga está entre as novidades

Se por um lado, o consumidor que comprou um Tiguan nos últimos dias já está com um modelo defasado na garagem, por outro, quem pensa em adquirir o novo modelo a partir desta semana (quando o veículo chega às revendas) está prestes a fazer um bom negócio.

A previsão era aumentar, em média, R$ 4.000 no preço final do modelo, mas, com o aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados, a Volks precisou pedir R$ 110 mil pelo Tiguan - ante os R$ 101.330 cobrados pela versão anterior. Sim, ele está mais caro, mas em compensação traz design mais elegante, três anos de garantia e novidades em equipamentos.

O modelo é vendido em uma única versão e, além de itens já conhecidos como bancos dianteiros com ajuste manual de altura (elétrico é opcional), ar-condicionado de duas zonas, trio elétrico, computador de bordo, entre outros, não deixou o ineditismo de fora. Passa a trazer na lista de série o CD player com conexão para iPod e bluetooth, tudo englobado numa tela touch screen no centro do painel, que inclui o sistema de navegação - item opcional que foi bastante útil durante o teste pelas estradas mineiras.

Outra novidade é o detector de fadiga. Acima dos 65 km/h, o sistema passa a monitorar a forma de condução do motorista e, caso haja alteração no comportamento (detecção de fadiga) inais são emitidos sugerindo uma pausa - o símbolo de uma xícara de café é mostrado no quadro de instrumentos.

A mais inovadora das tecnologias fica a cargo do Park Assist 2. Além de estacionar em vagas paralelas e a 90 graus, a nova geração auxilia também no momento de ir embora. Pois é, sai da vaga sozinho.

 

Pronto para o asfalto e a terra

O trajeto do test drive se estendeu por dez quilômetros, entre as cidades de Belo Horizonte e Brumadinho, em Minas Gerais.

Passando por trânsito intenso, curvas sinuosas (típicas das estradas mineiras) e caminhos esburacados, o Tiguan se mostrou bastante dócil com os ocupantes. O torque é de 28,5 mkgf a 1.800 rpm e são necessários 8,5 segundos para chegar aos 100 km/h. Antes dos 207 km/h de velocidade final, o Tiguan apanha um pouco das ladeiras íngremes, conforme pudemos perceber em alguns trechos do teste. O ponteiro do conta-giros vai lá para cima, mas nada que atrapalhe a conversa a bordo.

Mas é no trecho off-road que o modelo surpreendeu. A tração 4x4, os freios ABS e os controles de estabilidade e tração grudam o carro na pista, mesmo nos trechos com lama, areia ou pedras. A transmissão é automática de seis velocidades, com a novidade das trocas sequenciais por borboletas no volante multifuncional.

 




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