Economia Titulo
Indústria cria 16,7 mil vagas no ABC em 2004
Por Márcia Pinna Raspanti
Do Diário do Grande ABC
17/12/2004 | 10:24
Compartilhar notícia


O Grande ABC acumula de janeiro a novembro saldo de 16,7 mil empregos formais na indústria, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do Ministério do Trabalho. O montante é equivalente ao quadro de funcionários da Volkswagen. O resultado do setor representa 34% do total de vagas abertas em 2004 na região, que gerou 48,4 mil postos de trabalho até novembro. No mês passado, o saldo foi de 5,5 mil vagas, das quais 1,4 mil geradas pela indústria.

Diadema é o município do Grande ABC que mais se destacou no emprego industrial neste ano. De janeiro a novembro foram abertas 4,8 mil vagas. O secretário de Desenvolvimento Econômico de Diadema, Humberto Domingues, destaca os setores químico e metalúrgico como os maiores geradores de vagas na cidade. "Nosso parque industrial é bastante diversificado", diz, referindo-se aos segmentos de perfumaria e cosméticos e autopeças.

No primeiro caso, a força está no Pólo Brasileiro de Cosméticos, que já acumula 8 mil trabalhadores. No segundo, beneficia-se pela expansão de 24,2% no faturamento e de 9,4% no nível de emprego previsto para este ano pelo Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes de Veículos Automotores). Diadema também se caracteriza pela predominância de pequenas e médias indústrias - que, segundo Domingues, geram mais empregos.

Segundo o coordenador do Observatório Econômico de Santo André, Marcos Cesar Lopes Barros, o fato de Diadema ter população menor que a de outros municípios da região favorece a criação de empregos na indústria. "Santo André e São Bernardo têm maior demanda por serviços por terem maior população, enquanto Diadema não atrai serviços e mantém a força na indústria", diz.

São Bernardo é o segundo município do Grande ABC em saldo de vagas na indústria, cerca de 3,9 mil no acumulado do ano e 240 em novembro. A recuperação dos segmentos automotivo e de autopeças, e também dos setores químico e plástico, puxaram o emprego industrial da cidade. "As exportações ajudaram bastante", diz o secretário de Desenvolvimento Econômico, Hermes Soncini. A produção de caminhões para o agronegócio também é lembrada pelo secretário como favorável à geração de empregos da cidade. Só a DaimlerChrysler, controladora da marca Mercedes-Benz, criou mais de 1,8 mil vagas este ano - resultado do aumento de 30% na produção de caminhões e ônibus em relação a 2003 - e pode gerar outras 1,8 mil por conta do investimento de R$ 260 milhões a ser realizado pela montadora em 2005.

Em Santo André, o setor industrial gerou 254 vagas em novembro, o que elevou o saldo do ano para 2.149 postos de trabalho. São Caetano está na quarta posição, com saldo de 2,7 mil empregos no período janeiro-novembro e 179 vagas criadas no mês passado. O destaque em 2004 no município ficou por conta da General Motors, que abriu 561 vagas no segundo semestre.

Mauá ocupa a quinta posição no ranking regional de geração de emprego industrial. O saldo é de 1,9 mil vagas no ano, 185 abertas no mês passado. Já a indústria de Ribeirão Pires abriu 98 postos em novembro e 929 neste ano.

Déficit - Os bons resultados de 2004 nos índices de empregos industriais do Grande ABC devem ser vistos de forma relativizada, já que não curam a ferida aberta nos anos 90. Nesse período, o setor perdeu 100 mil empregos formais. Marcos Cesar Lopes Barros, do Observatório Econômico de Santo André, ressalta que a indústria conseguiu em 2004 recuperar apenas as perdas dos últimos quatro anos, quando uma série de acontecimentos afetaram o setor, como a crise energética e as incertezas quanto à política econômica do governo Lula.

A geração de empregos na indústria em 2005 vai depender dos novos investimentos, pois as indústrias da região reduziram a ociosidade com a criação de novos turnos de trabalho e contratações. "Os investimentos também vão gerar postos de trabalho com salários mais altos, voltados para projetos de expansão e aumento da produção", diz Barros.

As indústrias prometem investimentos para o ano que vem. A Bridgestone-Firestone anunciou injeção de US$ 100 milhões na unidade de Santo André nos próximos dois anos. Outras empresas do setor de autopeças também pretendem ampliar os investimentos em 2005, como a Magneti Marelli, que irá aplicar R$ 25 milhões na divisão de amortecedores.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;