O prefeito de Mauá, Donisete Braga (PT), irá tentar evitar que a viação Estrela de Mauá tire da cidade todos os 84 ônibus estacionados em garagem no Jardim Zaíra. Na tarde de terça-feira, a sede da companhia foi alvejada por cerca de 27 tiros de fuzil, disparados por grupo de homens encapuzados.

Após o ataque, o presidente da empresa, David Barioni Neto, prometeu que, até o fim do mês, levará todos os coletivos para outra cidade - possivelmente para o Rio de Janeiro. O motivo alegado é insegurança.

"Para nós, não nos interessa que nenhuma empresa saia do município. Vou aguardar contato por parte da Estrela e tentar buscar solução para essa situação", comenta o chefe do Executivo. "Se as outras duas companhias (Leblon e Cidade de Mauá) mantivessem o mesmo padrão da Estrela, o transporte público seria melhor", acrescenta.

Em dezembro, a Prefeitura deu ordem para que a companhia iniciasse a operação das 18 linhas do Lote 2 em parceria com a Leblon. No início de janeiro, entretanto, a 3ª Vara Cível de Mauá determinou a suspensão das atividades.

As investigações sobre o incidente na garagem da empresa estão sendo feitas por policiais civis do 4ºDP (Zaíra). A princípio, a suspeita é de que houve tentativa de roubo, já que, segundo testemunhas, o grupo teria intenção de roubar o dinheiro que seria usado para pagamento de funcionários. "Aguardamos que a polícia prenda e puna de forma exemplar os responsáveis por esse ataque", exige Donisete.

IMPASSE
A Estrela de Mauá disputa desde 2008 com a Leblon o direito de operar as linhas do Lote 2. Depois de diversas decisões judiciais, a Prefeitura assinou em 2010 contrato com a Leblon, que iniciou os serviços em novembro do mesmo ano. Em julho, após decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça), a administração municipal assinou contrato com a Estrela, que foi suspenso em janeiro. Ainda não houve o julgamento definitivo do mérito.