A CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) está nas negociações finais para fechar o seguro da construção da Ferrovia Transnordestina, que terá 1.728 quilômetros nos Estados da Paraíba, Pernambuco e Piauí. A cobertura da apólice é de R$ 5,345 bilhões, mesmo valor do investimento previsto para a realização da obra.

A seguradora espanhola Mapfre foi a vencedora do contrato, disputado por várias companhias de grandes riscos do mercado.

A norte-americana Liberty participou pegando parte do risco assumido pela Mapfre, operação chamada de cosseguro. A JLT foi a corretora contratada para o negócio. A construtora é a Odebrecht.

Segundo Octávio Luiz Bromatti, diretor de riscos industriais da Mapfre, as empresas estão na fase final das discussões do fechamento do contrato para a apólice ser emitida. "Fizemos amplo estudo para definir o risco, por conta da complexidade do projeto, pois a obra também prevê a construção de viadutos, túneis e pontes", disse o executivo.

Em janeiro a CSN foi ao mercado buscar a cotação para a apólice, que envolve dois seguros: riscos de engenharia e responsabilidade civil. O contrato cobre todos os contratempos de construção da ferrovia, como erros de projeto e de execução, defeitos de materiais e transporte de materiais dentro da obra. A apólice paga também danos causados a terceiros durante a construção.

O resseguro (espécie de seguro do seguro, usado para diluir os riscos entre os participantes do contrato), foi todo colocado no Brasil, fato raro nesse mercado. A alemã Munich Re, que abriu uma resseguradora no País em 2008, e a espanhola Mapfre Re, também com empresa no Brasil, ficaram com o contrato.

Segundo Bromatti, por conta do estudo feito para avaliar os riscos da obra, a colocação do resseguro foi realizada em poucos dias. Por um acordo de confidencialidade, o valor do prêmio não foi revelado. No entanto, segundo fonte próxima, teria ficado em mais de R$ 10 milhões.