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Morre o presidente honorário da Fiat
Da AFP
24/01/2003 | 11:17
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O presidente honorário do grupo italiano Fiat, Giovanni Agnelli, morreu nesta sexta-feira aos 81 anos. "Giovanni Agnelli morreu em sua casa de Turim, depois de meses de enfermidade", diz um comunicado da família.

O texto ainda afirma que Gianni, como era conhecido, "foi apoiado por sua esposa Marella, sua filha Margherita e seus filhos". O velório e o enterro serão realizados em caráter estritamente privado.

Giovanni Agnelli foi nas últimas cinco décadas o "motor" da Fiat, primeiro herdeiro designado pelo avô fundador. Patrão enérgico, terminou a vida como presidente de honra da empresa, sempre atento aos destinos do maior grupo industrial italiano.

Giovanni, que era neto do empresário do mesmo nome Giovanni Agnelli, nasceu no dia 12 de março de 1921 em Turim. Seu pai Edoardo morreu em um acidente de avião quanto ele tinha apenas 14 anos. O avô designou-o então seu sucessor.

Formado em Direito em 1943, oficial do Exército do Duce contra os russos e depois na Tunísia, começou ao comando na Fiat neste mesmo ano como vice-presidente.

"Gianni" se casou em 1953 com a nobre Marella Caracciolo di Castegneto, com quem teve dois filhos, Edoardo e Margherita. Assumiu a presidência da Fiat em 1966, sucedendo a Vittorio Valletta, homem que marcou o desenvolvimento da Fiat no pós-guerra.

Giovanni Agnelli o manteve nesta posição até 1966, quando a Fiat se tornou o maior grupo industrial italiano, anexando as concorrentes Lancia e Alfa Romeo. Ao mesmo tempo, espalhou-se pelo Leste europeu e América Latina.

Primeiro "playboy", depois patrão enérgico, Agnelli foi um símbolo do capitalismo italiano, paternalista, mundano e trabalhador. Em 1991, tornou-se senador vitalício, cargo reservado a personalidades que prestaram serviços excepcionais ao país. Mais tarde, tornou-se presidente de honra de sua empresa quando se aposentou em 1996. A influência deste "rei sem coroa" na Itália foi sempre enorme e suas opiniões muito respeitadas.

Seus últimos anos foram de luto pelas mortes do seu sucessor designado, o sobrinho Giovanni Alberto, em 1997, e do filho Eduardo, no final de 2000. Sua saúde piorou quando a Fiat começou a ser afetada pela grave crise que o setor automotivo atravessa, segundo a imprensa, obrigando-o a se retirar da vida pública e ir para os Estados Unidos.

Sua morte foi anunciada no mesmo dia que a empresa da família Giovanni Agnelli & C. SAPA deve se reunir em Turim para decidir se vai dar apoio financeiro ao grupo do qual é a principal acionista, com 30% de participação.

Agnelli planejou sua sucessão e confirmou a designação do neto John Philip Elkann, de 26 anos, como futuro homem forte da Fiat, segundo matérias recentes publicadas pela imprensa italiana.




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