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Tenistas brasileiros criticam Kafelnikov
Por Eduardo Merli
Do Diário do Grande ABC
Com Agências
23/01/2001 | 00:38
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Alguns dos principais tenistas brasileiros e mundiais pronunciaram-se contrários nesta segunda as declarações do russo Yevgeny Kafelnikov e da norte-americana Lindsay Davenport, que, nos últimos dias, no Aberto da Austrália, iniciaram uma cruzada polêmica por melhores salários para os tenistas profissionais. Kafelnikov disse que os prêmios pagos no tênis são “ridículos”, comparado a outros esportes como o golfe. Já Davenport afirmou que os atletas ficam com uma fatia muito pequena do milionário bolo que os organizadores faturam nos torneios.

“Se for olhar no papel, os US$ 750 mil pagos ao campeão de um US Open pode parecer muito, mas eles faturam milhões de dólares com direitos de transmissão por TV, bilheterias e uma série enorme de outras coisas, enquanto os jogadores ficam com menos do que 10% disso”, declarou Davenport.

Para o tenista número 2 do Brasil, Fernando Meligeni, Kafelnikov e quem esteja o apoiando, estão sendo irresponsáveis. “Ganhamos bem, os torneios são bem organizados”, disse Fininho. “Estão a fim de botar pilha em algo que não existe, besteira. Acho que o Kafelnikov está tomando muito sol”, ironizou o brasileiro que deu conselho para o russo. “Se ele acha que é pouco o que ele ganha no tênis, vai para a Fórmula 1”, espetou.

Outras que não concordaram com o que disse os dois tenistas internacionais, foram as brasileiras Vanessa Menga e Miriam D’Agostini. “Acredito que há uma desvalorização na parte que vai para o atleta, mas no geral os prêmios são bons”, disse a Vanessa, que em fevereiro disputa um torneio na Colômbia. “Eles ganham milhões, acho que isso é irrelevante”, falou D’ Agostini. “Ao invés de eles ficarem discutindo isso, deveriam trabalhar para a melhoria no tênis em países mais pobres”, afirmou.

Sampras – A primeira reação internacional contra Kafelnikov foi do norte-americano Pete Sampras, um dos jogadores mais ricos da história do tênis com US$ 41 milhões em prêmios. Ele revelou que não joga por dinheiro. “Não me atrai tanto quanto as conquistas,” e prosseguiu. “Não vejo o mesmo com Kafelnikov, que vive jogando qualquer torneio atrás de dólares”, espetou.

Pelo seu estilo profissional e de fazer dinheiro, Kafelnikov não é um dos mais simpáticos do circuito. Conhecido como o rei dos bicos, o russo disputa 30 competições por ano só para ganhar mais dinheiro, enquanto outros tenistas jogam por 20 ou 22 semanas anuais apenas. Com isso, já faturou US$ 18 milhões em prêmios, sem contar contratos de patrocínios e garantias.

Agassi – Andre Agassi, irritado com as declarações do jogador russo, teve uma atitude de repúdio, declarada em Melbourne. “Não gostei que tenha falado em nome dos tenistas”, disse. “Além disso, sou obrigado a passar algumas horas por dia no vestiário com gente como ele, que ganha milhões de dólares e diz que não é o suficiente para viver.” concluiu.




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