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Escola faz teatro contra dengue
Por Natália Scarabotto
Nelson Donato
especiais para o Diário
19/04/2016 | 07:00
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No auditório da Emeief (Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental) Parque Andreense, os alunos esperam ansiosamente pela peça de teatro. Enquanto isso, nos bastidores, os colegas se transformam em pequenos atores. As luzes se apagam e o show começa: uma tarde inteira de apresentações cujo tema é o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika vírus e febre chikungunya.

A ação é parte do projeto Santo André & Os Agentes Contra o Aedes, que é desenvolvido pelas secretarias de Educação e Cultura em parceria com o Diário.

As turmas da Educação Infantil ao 5º ano do Ensino Fundamental encenaram diferentes histórias sobre o tema durante toda a sexta-feira. Todos os contos passavam a mesma mensagem: é importante combater o mosquito.

“Tem muita gente morrendo por causa da dengue. Já cuido lá em casa para não ter foco do mosquito, mas precisa falar para as outras pessoas tomarem cuidado também”, disse Gustavo Felipe Sovene, 10 anos.

Os alunos do último ano apresentaram a história de dois vizinhos que ficaram doentes porque uma das famílias não se preocupou com os focos do mosquito. Durante a peça, as formas de prevenção e os sintomas foram ressaltados. “Acho que todo mundo conseguiu se divertir e aprender ao mesmo tempo”, afirmou David Olavo, 10.

O ponto alto do show foi a interação com a plateia. Os alunos fantasiados de Aedes aegypti passaram entre as fileiras ‘picando’ os colegas para mostrar o perigo do inseto. “Foi muito legal. A música ajudou a deixar mais sério. Não esperava que eles se assustassem e ficassem tão envolvidos”, afirmou Kaique Alves Lopes, 10.

Para Joyce Oliveira, 9, que assistiu às apresentações, a ideia foi importante e positiva. “Aprendi bastante com eles, por exemplo, que não pode deixar água parada nas garrafas, vasos de flor e pneus. Tem que limpar tudo sempre, senão o mosquito nasce.”

A Emeief realiza atividades sobre o Aedes aegypti desde fevereiro. Os estudantes fizeram pesquisas, cartazes e murais informativos nas aulas.

“Trabalhamos o tema da dengue como alerta e conscientização. Muitos alunos moram em áreas com quintal, onde pode ter água parada e apresentar algum risco”, afirmou a assistente pedagógica da unidade, Morgana Nery.

A iniciativa está dando resultado e deve ser expandida pelos educadores. “Eles podem repassar o que aprendem para os pais. Queremos trazer as famílias para assistir às peças”, ressaltou Morgana.

 

Parque Escola promove contato com verde para vencer mosquito

 

No Parque Escola de Santo André, na Vila Valparaíso, o principal objetivo é aprender em contato com a natureza. Por esse motivo, o espaço se tornou fundamental para o projeto Santo André & Os Agentes Contra o Aedes, iniciativa das secretarias de Educação e Saúde do município, em parceria com o Diário.

A área verde abriga o bromeliário, local que concentra flores onde os predadores do mosquito Aedes aegypti, como aranhas, rãs e pererecas, encontram habitat ideal para viver e procriar. “A água que fica no interior da bromélia é como se fosse um suco orgânico, natural, onde o mosquito pode acabar desovando, mas como o pH (Potencial de Hidrogênio) é elevado, ácido, o mosquito não chega até a forma adulta. Ainda há os predadores naturais que ficam nessas flores”, explica a coordenadora do projeto Educação Sustentável no Parque Escola, Andréa Paula Margutti.

Além da grande variedade da flora, a área verde utiliza a prevenção como forma de combate ao vetor da dengue, febre chikungunya e zika vírus. Segundo Margutti, são realizadas varreduras periódicas e ocupação de espaços vazios. “Retiramos os resíduos jogados pelos visitantes e ocupamos as áreas que eram utilizadas de maneira equivocada, como para descarte de lixo e entulho, com plantio de mudas. Essas ações visam eliminar possíveis criadouros do mosquito.”

Para tornar o aprendizado atividade prazerosa, a equipe do parque adota procedimentos lúdicos para transmitir o conhecimento aos estudantes. Rodas de conversa, trocas de experiências e contato com os ambientes descritos tornam o passeio ainda mais divertido.

Margutti detalha que ficou surpresa com o engajamento dos alunos da Emeief Arquiteto Estevão de Faria Ribeiro, que visitaram o Parque Escola na última semana. “Eles (estudantes) disseram que haviam organizado ações para a prevenção à dengue. Também trouxeram algumas dúvidas sobre o ciclo de vida do mosquito, onde põem os ovos e se só a fêmea se alimenta de sangue. Foi muito proveitoso o passeio”, garantiu ela.




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