Diretores da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) e representantes de pelo menos sete municípios da Região Metropolitana tentam novamente convencer o governo federal a conceder aval para financiamento do Banco Mundial voltado a recuperar áreas de mananciais que beneficiaria 1,6 milhão de pessoas. A primeira reunião está marcada para o próximo dia 3, em São Paulo. O convidado é Carlos Eduardo Lampert Costa, coordenador geral de projetos do setor público da Seain (Secretaria de Assuntos Internacionais) do Ministério do Planejamento. A decisão dos governos locais sobre nova rodada de negociações com a União partiu de reunião entre a direção da Sabesp e representantes dos municípios. A informação é do deputado estadual Donisete Braga (PT), que articula os encontros.

Com orçamento estimado de US$ 1,5 bilhão, prazo de execução em 18 anos e muitos mutuários envolvidos, a primeira versão do programa de recuperação dos mananciais do Alto Tietê nasceu grande, mas morreu na gaveta por causa do gigantismo e da complexidade. Em 2001, técnicos da Cofiex (Comissão de Financiamentos Externos) do Ministério do Planejamento acharam arriscado bancar crédito internacional envolvendo contrapartidas e garantias de quase uma dezena de prefeituras e organismos. Sugeriram então fatiar as despesas e dividir responsabilidades.

Além da capital, estão envolvidos na retomada do projeto os governos de Santo André, São Bernardo, Diadema, Mogi das Cruzes, Suzano e Guarulhos. Donisete Braga afirma que os municípios estão interessados na obtenção do financiamento, mesmo que o programa seja fatiado e as responsabilidades financeiras, redivididas. Ele afirma que embora a proposta original seja complexa, não será dificil desmembrar ações isoladas. “Não vai ter de começar tudo de novo, porque cada prefeitura tem o desenho do projeto e das contrapartidas a oferecer”, afirma. É prevista construção de redes para coleta de esgotos, construção de moradias e urbanização de favelas e implementação de parques.