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Não dá pra não deixar de ver

A má ideia não é problema: é rapidamente identificada e substituída por alguma outra coisa

Por Carlos Brickmann
08/09/2010 | 00:00
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A má ideia não é problema: é rapidamente identificada e substituída por alguma outra coisa. Mas fuja da falsa boa ideia - como dar a seu filho um nome estranhíssimo, para evitar homônimos, e obrigá-lo a passar a vida soletrando a esquisitice. Horário eleitoral gratuito é a falsa boa idéia: garantir aos candidatos a cargos majoritários um tempo definido em lei, gratuito para que todos possam divulgar suas idéias, e em rede nacional, para tornar a audiência obrigatória.

Deu no que deu: essa chatice que até para pessoas como este colunista, que gosta de política e a acompanha por interesse profissional, se torna intolerável. É muita bobagem, por muitos minutos, por dias sem fim. E para quê? Para que pessoas politicamente inexpressivas, mas comercialmente espertas, ganhem alguns minutos em rádio e TV, tempo que pode ser alugado a bom preço, e mantenham partidos fictícios que só existem na hora de vender a opinião eleitoral.

Ah, mas iguala as oportunidades! Não, não iguala. Um programa para o horário eleitoral precisa ter boa qualidade, já que o público está acostumado ao padrão da TV comercial. Isso custa caro (costuma ser, aliás, o item mais caro das campanhas). Quem não tem dinheiro não consegue enfrentar o desafio do horário gratuito. E, a propósito, nem gratuito o horário é: as emissoras têm compensações tributárias com base na tabela cheia (que, para os anunciantes comuns, é sempre passível de bons descontos). O horário gratuito, portanto, é pago pelo Tesouro - por você, caro leitor. Que paga para ser

chateado na sua casa.

LÁ FORA, AQUI DENTRO
No mundo inteiro, quem paga a propaganda eleitoral é o eleitor. A diferença é que nos EUA, por exemplo, o eleitor paga, voluntariamente, com doações aos candidatos que prefere (e a capacidade de arrecadação de um candidato é um dos fatores usados para avaliar sua competência administrativa, se eleito); no Brasil, o eleitor é forçado a pagar com seus impostos, e a financiar nomes que preferiria ver derrotados. Beneficiam-se candidatos que tentam enganar o eleitor.

MAIS DEBATE, HOJE
Dilma, Serra, Marina e Plínio já confirmaram presença: hoje, às 23h, pela TV Gazeta, novo debate entre os candidatos à Presidência, mediado pela ótima Maria Lydia. Serão duas horas, com cinco blocos. Como a TV Gazeta não faz parte de redes nacionais, fora de São Paulo pode-se assistir ao debate, ao vivo, pela internet: www.tvgazeta.com.br ou www.estadao.com.br. Haverá transmissão também pela Rádio Eldorado AM, 840 kHz,

e FM, 92,9 mHz.

BOA IDEIA
Pois não é que Dilma Rousseff já atingiu 51 pontos nas pesquisas?

Pode chamar de bobo e feio?

Receber o apoio do ex-presidente e hoje senador Fernando Collor de Melo, pode; mas o adversário não pode mostrar isso na TV. Dilma pediu ao TSE que proibisse a propaganda de Serra que mostrava Collor dando apoio a ela. O curioso é que o TSE aceitou o pedido e proibiu a propaganda. Pode-se ter o apoio e os votos de Collor, mas é bom que isso não se espalhe.

LUTA EM PATADA
O ex-governador paranaense Roberto Requião, candidato do PMDB ao Senado, está batendo um recorde: acaba de apanhar pela segunda vez na campanha. A primeira foi na semana passada, quando insultou o presidente estadual do PPS, Rubens Bueno, e tomou um soco no rosto. A segunda foi agora, quando encontrou num restaurante em Pontal do Paraná o diretor comercial do Porto de Paranaguá, João Batista Lopes dos Santos, mais conhecido como João Feio. Requião começou a falar alto, ofendendo o atual governador do Paraná, Orlando Pessuti. João Feio também começou a falar alto. Xinga daqui, xinga dali, João Feio acertou duas bofetadas no rosto de Requião. Havia 600 pessoas no local.




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